24 de março de 2012

Sábado à noite



A vida corria lá fora, vozes divertidas podiam ser ouvidas ao longe, a música soava alegre, corações pulsavam felizes ao redor. A noite estava apenas começando e dava ares de que seria pura diversão. Mas lá dentro, um coração batia no compasso lento da angústia.

Havia um monte de dúvidas, incertezas e dilemas.

A vida muda em um segundo, algumas horas, em um dia.

A esperança de ontem já não existia mais.

Ela sabia, no fundo do coração, que algo havia mudado. E ela até imaginava o motivo. Mas certeza mesmo, ela esperava ouvir em breve. Sim, esperava ouvir. Porque pior que ouvir a verdade, é saber sobre esta apenas com o passar do tempo, apenas depois que alguém se cala, covardemente, no intuito de mostrar a sua intenção sem nada dizer. Se acontecesse assim, seria péssimo se ver ignorada.

Até ela ter a certeza de que precisava, para seguir em frente livre das dúvidas, lhe restava a opção de ficar com seus pensamentos e lembranças.

Será que havia a necessidade de se ser tão racional? E o sentimento? A química? A atração? Os gostos em comum? A sincronia? As conversas prazerosas? Tudo seria trocado por um único fator tido como antagônico?

Ela não tinha escolha, não naquele momento. Ela até podia sair, tentar se divertir, mas a dúvida estaria o tempo todo a lhe incomodar a alma, sugando sua energia e teimando em lhe tirar o sorriso do rosto. A ficar assim, ela preferia estar em casa.

Estar sábado à noite em casa...

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"A Felicidade só é real quando é compartilhada."
(Christofer Mccandles)