31 de dezembro de 2008

Dezembro

Dezembro é o mês que eu mais gosto! Não somente por ser o meu mês, mas também pelo Natal e pelo Ano Novo.
Esse mês acaba se tornando o mês do planejamento. É o momento de renovar as esperanças, acreditar que os dias serão melhores, fazer a sua lista de metas para o ano seguinte. É tempo de desejar e pedir prosperidade, como se não fosse só mais um dia após o outro. É igual, mas é diferente. É um dia após o outro, como hoje veio depois de ontem, mas criou-se a convenção de que se o ano é novo, novas também são as expectativas. Novos também são os sonhos. Novos também são os desejos. É como se fôssemos começar tudo de novo, partir do zero. É como se fosse... Então, mãos à obra. No dia 31, vista-se de branco para atrair paz, de amarelo para o dinheiro, vermelho para o amor. E torça para que QUASE todos os seus pedidos se realizem, porque se forem todos, não tem graça, e não sobra nada para pedir em 2010!

Todavia, parece igualmente excitante a idéia de mergulhar de olhos fechados num mar desconhecido. Não saber o que nos espera e o que esperamos de tudo. Talvez bom mesmo seja o não esperar. E dar à virada de ano um requinte de aventura, com a garantia de um tantinho a mais de equilíbrio. Afinal, se a vida programada, metódica e linear causa desgosto nos mais inquietos, deixar os segredinhos dessa vida mundana nas mãos da Providência pode ser o motivo maior do sorriso na hora do champanhe. Dezembro é, portanto, espumante!
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"Se você obedecer a todas as regras, pode ser que você não aproveite toda a diversão da vida."
Em 2009, ouse e atreva-se!!

E Não Viveram Felizes para Sempre

Assistir a filmes infantis tem seus encantos, quando não se processa a típica lavagem cerebral causada por músicas-chiclete (quem tem filhos pequenos sabe o que é passar o dia com notas musicais de Patati e Patatá, Moranguinho e Cocoricó na caixola). Melhor ainda quando você se identifica com um dos personagens, a ponto de até torcer por um final feliz, quando sempre espera que ele não aconteça, como no cinema adulto e agradavelmente ranzinza.

Não deixe que seus filhos, sobrinhos, etc, leiam ou vejam típicos contos de fada, nos quais nem maçãs envenenadas, nem terríveis maldições são capazes de impedir o "felizes para sempre". Onde sempre aparece uma princesa que faz o príncipe se apaixonar e voltar a acreditar no amor eterno.

Apesar das risadas, tente evitar que as crianças assistam aos filmes melosos como Cinderela, Bela Adormecida e A Pequena Sereia. Pois cheguei à conclusão de que boa parte dos problemas femininos vêm dessa crença no príncipe salvador, de cavalo branco. Esta aí a causa da desilusão feminina com os seres do sexo oposto. As meninas crescem acreditando que os meninos vão salvá-las do perigo, de bruxas, lobos e situações horrendas em geral. Têm certeza, desde menininhas, que eles são gentis, cultos, sensíveis e - o pior - sedentos por compromisso (casar e ser feliz para sempre).

Quando descobrem, com a chegada da puberdade, que na verdade os homens são os próprios lobos e vilões dos contos de fada da vida real, experimentam a terrível desilusão. É bom que saibam logo onde vão pisar. Além do tapete vermelho e da grama suave, seus pezinhos podem não estar protegidos pelo sapatinho de cristal. Homens são reais; finais não são sempre felizes; e achar que a felicidade está somente em viver ao lado de um cara, pode transformar a história numa tragédia.


(Renata Sá Carneiro Leão) - texto adaptado

24 de dezembro de 2008

Paz em seu coração

Final de 2008! Todo fim é um convite à reflexão. Pensamos sobre as conquistas, as decepções, as alegrias, tristezas, realizações, enfim, fazemos uma análise do que fizemos e, principalmente, do que não fizemos. Somado ao Natal que por si só simboliza renascimento, ou seja, mudar e renascer para uma nova vida.

O convite à reflexão é positivo porque faz pensar, mas esse pensar muitas vezes traz recordações, lembranças e saudades, principalmente, para aqueles que estão longe de quem amam ou por terem perdido alguém significativo. A vontade de rever, de abraçar, de conversar, de estar junto se faz presente e a saudade chega a doer. Nesse momento, devemos lembrar que o amor verdadeiro não separa, não morre, mas sobrepõe-se a qualquer outro sentimento e para sempre permanece vivo.

Nesta época, em geral, cada ser busca ocupar seu tempo com tudo e todos, menos consigo mesmo. Por ser uma época que sugere a introspecção, muitos se sobrecarregam com as compras, como forma de fugir, inconscientemente, do que sentem. São os presentes, os enfeites, a decoração, as comidas, bebidas, roupas, mas... e os sentimentos? Ficam de lado como se não existissem? Por que olhar só para fora? Será que olhar para fora e se ocupar com o externo protege e impede a tristeza? E quem disse que temos que estar feliz nessas ocasiões? Por exemplo, a tradição da troca de presentes perdeu o sentido real. Esse é um ato que demonstra, ou deveria demonstrar, generosidade, amor, perdão e união. Hoje, muitas pessoas o fazem por obrigação e hipocrisia. Qual o valor que há nisso? Qual o valor que há em estar com pessoas só porque é Natal, mas que no decorrer do ano nem lembram de você?

As convenções estabelecidas de como se deve passar o Natal tendem a diminuir, permitindo que cada um busque passar essa data de acordo com seus verdadeiros valores e aquilo que pede seu coração. Devemos e merecemos estar felizes, mas como reflexo do que estamos sentindo e não por mera convenção. Não há nada contra presentes, encontros ou ambientes alegres, mas é preciso questionar o verdadeiro sentido, mergulhar mais na profundidade do interior dos próprios sentimentos, proporcionando assim verdadeiros encontros.

Por que nessa época do ano todos ficam mais fragilizados e sensíveis e para a maioria é uma época de muita nostalgia? O Natal por si só nos remete à infância, mesmo aqueles que não tiveram uma infância feliz, esperavam ansiosos pelo velhinho de barbas brancas e roupa vermelha. Era uma época em que se ganhava (ou não) presente, havia (ou não) festas, alegria, pessoas. Havia a magia do sonho. Todos se encontravam para festejar. Com o tempo, as pessoas vão se afastando, indo para outro plano, os caminhos vão se distanciando, os sonhos vão sendo esquecidos, assim, não há mais com quem comemorar, nem o que festejar e aquela alegria sentida vai ficando distante da que um dia existiu.

Não devemos seguir padrões ou fazer festa porque é Natal, devemos sim é estar próximos de quem amamos e, principalmente, de nós mesmos. Devemos é resgatar nossos sonhos, não esperando mais pelo bom velhinho, mas acreditando que cada um de nós é capaz de vencer, de viver, de ser feliz pelo que se é e não pelo que se tem.

Neste Natal e final de ano, substitua a tristeza pela alegria, a saudade pelas boas lembranças, o comodismo pela mudança, os maus tratos pelo cuidado, a agressividade pelo carinho, as lágrimas pelo sorriso, a descrença pela fé e esperança, as brigas pela união, a culpa pelo perdão, o ódio pelo amor. E permita que esses sentimentos positivos perdurem em todos os dias do próximo ano, tornando 2009 um ano totalmente diferente e maravilhoso para você. Assim, não só coloque, mas sinta paz em seu coração!

"Vamos todos fazer nosso sonho se realizar
Ninguém deve passar pela vida sem acontecer
O sol nasce pra todos, ninguém vai ficar sem brilhar
E é por essas e outras que a gente tem que agradecer..."
(Trecho da música "Canção do Terceiro Milênio" – Leonardo)

Celebre o Natal e, acima de tudo, irradie a luz que existe dentro de você em cada dia do novo ano que vai chegar! E se eu pudesse te deixar um presente, deixaria uma semente que começasse a germinar dentro de você e aos poucos fosse contagiando a todos que estão à sua volta. Deixaria uma semente dos mais nobres dos sentimentos... Assim, te deixo uma semente de amor!



FELIZ NATAL E UM 2009 DE PAZ, AMOR, ESPERANÇA E CONQUISTAS!

Beijos,
Juliana.

18 de dezembro de 2008

A Teoria dos Setênios

Dizem que de sete em sete anos a vida da gente muda, toma um novo rumo, entra numa fase diferente da que vínhamos vivendo. São os ciclos de sete anos conhecidos como setênios. Os setênios demonstram como podemos entender os ciclos de vida de uma maneira prática e sábia. O número sete é muito importante na maioria das culturas. Vale lembrar que na bíblia Deus criou o mundo em sete dias; a semana possui sete dias; temos sete astros relacionados ao homem (Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno) que são também os sete deuses olímpicos; e são sete os metais (ouro, prata, mercúrio, cobre, ferro, estanho e chumbo).

A teoria do setênio tem como base a Antroposofia – conhecimento desenvolvido pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner (1861-1925) – que diz que a cada sete anos surge algo de novo e importante em nossa vida, que serve como desafio e nos ajuda a crescer. Os setênios vêm marcados por períodos de mudanças, físicas ou emocionais, e muitas vezes desencadeiam a sensação do tipo “o que eu faço da vida”. E vai ver que é por isso que dizem que os casamentos têm as suas crises de sete anos...

* Os três primeiros setênios – 0 a 21 anos – são denominados setênios do corpo. É um período em que o ser humano enfrenta a jornada do amadurecimento físico e formação da personalidade. Os três seguintes – 21 a 42 anos – são denominados setênios da alma. Nesse período, o ser humano já passou por todas as experiências básicas da vida, fazendo várias opções como vida conjugal, trabalho e família. A partir dos 42 anos, estamos prontos para "iniciar" a vida com maturidade, profundidade e espiritualidade. Cada ciclo tem sua importância e especificidade que só será vivida nessa idade, não sendo possível a "repetição" de anos. Afinal, fazemos 8 anos, por exemplo, só uma vez na vida.
Idéias que definem os setênios
0 a 7 anos – O ninho. Interação entre o individual e o hereditário
7 a 14 anos – incentivos e valores
14 a 21 anos – puberdade /adolescência - crise de identidade
21 a 28 anos – experimentar limites
28 a 35 anos - fase organizacional
35 a 42 anos – crise de autenticidade
42 a 49 anos – altruísmo X querer manter a fase expansiva
49 a 56 anos - “ouvir o mundo”
56 a 63 anos (e adiante) – abnegação / sabedoria

Eu já havia ouvido falar nessa teoria há muitos anos atrás mas só agora parei para pensar nos meus setênios. Pare você para pensar nos seus... Pode ser que você descubra que realmente essa idéia dos ciclos de sete anos faz sentido. Pode ser também que você ache que descobriu os marcos dos seus ciclos simplesmente porque ficou sugestionado pela teoria de Rudolf Steiner. Mas pode ser interessante relembrar cada fase de sete anos que você já viveu...

Não que eu seja velha, mas... já estou iniciando o meu 6º ciclo! E talvez por conta disso eu não consiga mais me lembrar de algo significativo sobre os meus dois primeiros ciclos de sete anos. Só sei que fui uma criança alegre e tive uma infância feliz e amorosa. E que tive uma pré-adolescência tranquila, de brincadeiras na rua e inocência que hoje eu considero que foi exagerada! Rs...

Os meus 14 anos foram marcados pelos amores platônicos e pelo grau máximo da minha timidez que fez com certeza com que eu perdesse ótimas oportunidades na vida. Aquele foi um período marcante dentro dos sete anos do ciclo de 8 a 14. Lembro-me que foi um período chato, por incrível que pareça, e que eu passava as noites dos fins de semana deitada e ouvindo rádio, e pensando na vida. Pensava no menino da escola que não retribuía o meu amor, pensava na grana que meu pai não tinha e que me faria sair da escola particular e ir para uma pública (o que não aconteceu graças ao auxílio dos meus tios, que conseguiram, com um vereador, uma bolsa para eu estudar), pensava na profissão que eu teria que escolher. Foi uma fase de recolhimento.

Aos meus 21 anos eu comecei a trabalhar. Está aí uma mudança radical na vida, e que pode representar uma significativa guinada dentro do ciclo dos 15 ao 21 anos. Você se torna outra pessoa quando sai de casa para trabalhar e sai de debaixo das asas dos pais. Comecei a ter o meu próprio dinheiro, a fazer escolhas, a ter responsabilidades, a ser vista com mais respeito. Pegando carona na virada desse ciclo, pertinho dos 22 anos, aos 23, eu entrei pra faculdade. E foi nesse ciclo que eu fiz as primeiras descobertas como mulher... Foi uma fase de amadurecimento.

Com 28 anos, iniciando o meu 5º ciclo, eu passei pela primeira grande decepção amorosa, o término de um noivado. Estabeleci-me profissionalmente me firmando na empresa em que tinha começado a trabalhar como estagiária. Esse ciclo não foi bom para mim quanto ao aspecto amoroso: não namorei sério e vivi muitas dores de cotovelo. Foi uma fase de organização das idéias, buscando identificar o que realmente daria sentido à minha vida.

Aos 35 anos eu me descobri de verdade. Comecei a ter plena consciência do que eu quero para ser feliz, e do que eu posso fazer para ser feliz. O que não depende de mim, hoje, aos 36 anos, eu aceito naturalmente. Nesse ciclo eu estou entendendo que a felicidade vem em fases e que nunca é completa. E aprendo a cultivar a maturidade que brota da reflexão. Aprendo a respeitar o tempo certo das coisas e entendo que em alguns momentos da vida precisamos bater mais de uma vez na mesma porta até que ela se abra. E que se ela não abrir, é porque não era para ser meu o que estava do lado de lá. Aprendo a importância de quatro virtudes: paciência, prudência, persistência e humildade para entender que nem tudo é possível. Aprendo que aceitando os limites, evoluímos como pessoas. E estou aguardando as mudanças nos ciclos que, se Deus quiser, vêm pela frente!

Experimente identificar as descobertas que você fez de sete em sete anos na sua vida. Pode ser que seja coincidência, mas também pode ser que não...

* Samir Rahme: especialista em Antroposofia
"A Felicidade só é real quando é compartilhada."
(Christofer Mccandles)