Na década de 60, um bando de mulheres loucas resolveu queimar seus sutiãs em praça pública para expressar a necessidade de mudança no papel da mulher na sociedade. Iniciaram o período em que prevaleceria a imagem da mulher masculinizada, necessária para a entrada no mercado de trabalho.
Mas... vem cá! Você, leitora, pediu isso para elas? Eu não pedi! Não autorizei que falassem por mim! Quem foi que disse para aquelas revoltadas que a gente queria trabalhar o dia inteiro nas empresas, não ter tempo para cuidar pessoalmente da casa, dos filhos, preparar o jantar do marido, nos permitir momentos de embelezamento... A gente tinha todo o tempo do mundo, para tudo, e me aparecem algumas dezenas de 'sem o que fazer' e jogam tudo pelo ralo!
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Será que não daria para a gente ter uma profissão, mas ao mesmo tempo poder ser uma mulher bem mulherzinha, do tipo que pede ao marido para abrir a tampa do vidro de palmito, ler o manual da máquina de filmar, trocar a lâmpada queimada, instalar as luzinhas de Natal na varanda, levar o carro no mecânico?? Ah... confesso que tenho uma invejinha branca (isso existe?) das minhas avós! Era tudo tão bom no tempo delas! Elas passavam o dia a bordar, a trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos, temperos e remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos maridos, decorando a casa, plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando crianças, frequentando saraus. A vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária.
Em muitos dos meus dias, quando o relógio desperta, juro que eu queria poder levantar, mas para ficar em casa, cozinhar, ouvir música, cantarolar. Se tivesse filhos, gastar a manhã brincando com eles. Se tivesse cachorro, passear pelas redondezas. Tudo, menos sair da cama, engatar uma primeira e colocar o cérebro para funcionar dentro de uma empresa repleta de pepinos, colegas invejosos e chefe mal humorado! De que adiantou tanta conquista, se a melhor de todas, o companheiro, está cada vez mais difícil? A revolução feminina pode ter nos trazido algumas recompensas, mas provocou nos homens uma baita confusão quanto ao papel que eles desempenham na sociedade. Muitos deles fogem de nós como o diabo foge da cruz! Acredito que, bem lá no fundo, eles simplesmente queiram alguém para abrir a porta do carro, dar a vez no elevador, puxar a cadeira para assentar, mandar flores com cartões cheios de poesia.
Sempre tive a convicção de que o meu lado Amélia é fortíssimo! Desde sempre acreditei na instituição casamento e na possibilidade de ele ser feliz e enriquecedor. Imagino que eu possa dar conta do trabalho e também da vaidade, do marido e das rotinas domésticas. Como para tudo na vida, há que se ter um equilíbrio. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra! Mas um pouquinho a mais para o lado Amélia não faria mal nenhum. A essência da mulher é composta de zelo, sensibilidade e carinho. Às vezes, ser Amélia é necessário para dar o toque feminino na vida e nas relações.
Outro dia li uma matéria sobre A MULHER, O MERCADO DE TRABALHO E OS SEUS RELACIONAMENTOS. Veja o relato de uma das entrevistadas:
* Conversei com um ex e perguntei para ele: “O que eu tenho de errado? Por que eu não consigo levar uma relação adiante?” E ele respondeu: “Se não fosse pela sua independência, você seria perfeita para mim!!” Sabe o que isso quer dizer??????
Amélias estão com tudo!!...