28 de agosto de 2008

Da Calma

"Não acreditem que os fins justificam os meios. Porque não existem fins; existem apenas os meios.
A vida nos leva do desconhecido para o desconhecido.
Cada minuto está revestido deste apaixonante mistério: não saber de onde viemos ou para onde vamos.
Acima de nós, o Espírito Santo flutua, com as respostas de nossas perguntas e as soluções de nossos problemas; e nos atira estas respostas e soluções à medida que caminhamos. Faz isto sempre no momento apropriado.
Se pensamos apenas na meta, nos afastamos dos sinais do Espírito. Então, o lado das trevas começa a impor suas regras traiçoeiras.
- Eu sei o que eu quero - diz o discípulo.
- Mas cuidado no que você vai se tornar, por causa disso - responde o mestre."

(Paulo Coelho)

25 de agosto de 2008

As Melhores Oportunidades

"Minha irmã Rosely costuma dizer algo muito inspirador: neste mundo caótico é melhor pensar que nós nunca seremos os escolhidos; portanto, se quisermos alguma coisa da vida, teremos de batalhar muito para conquistar um lugar ao sol.

Verdade pura! Temos sempre de ir ao encontro do novo se quisermos crescer permanentemente. Temos de buscar sempre o espaço para mostrar nossa capacidade...As melhores oportunidades estão para ser descobertas.

Antigamente quem tinha os produtos era o rei. Hoje você tem de fazer o caminho inverso: sair de sua confortável sala, de sua cidade conhecida para procurar novos compradores para o que você tem a oferecer. O início desse processo pode começar na frente do computador, mas chegará a hora em que você terá de ir até um lugar novo, muitas vezes com hábitos muito diferentes, para conseguir seu lugar ao sol. Os líderes pra valer sabem ir ao encontro do novo para conseguir melhores oportunidades...

Conta a lenda que um lenhador percorreu anos a fio a mesma floresta. Diariamente, ele observa com cuidado as árvores cada detalhe da mata que fazem com que seu trabalho seja o mais produtivo possível. E, assim, ele vai ganhando seu sustento com determinação e paciência.

Certo dia, o lenhador encontra um sábio meditando na floresta, e os dois começaram a conversar. O lenhador resolve contar o quão difícil é seu trabalho diário, sua cansativa rotina de cortar a lenha, carregá-la até a cidade e encontrar um comprador para conseguir algum dinheiro. Durante a conversa, o sábio pergunta se ele conhece toda a floresta. O rapaz lhe responde:
- Mais ou menos...
O sábio, então, lhe diz:
- Avance, meu filho, existem muitos tesouros esperando por você!

Durante anos, quando os dois se encontraram, a saudação do mestre é sempre a mesma:
- Avance, ainda existem muitos tesouros esperando por você!

Certa vez, o lenhador, diferentemente dos dias anteriores, decide seguir os conselhos do sábio e entra na floresta, numa área ainda não explorada. Ele olha ao redor e fica maravilhado. Tudo o que vê é diferente, os animais, as árvores e as flores. Para sua surpresa, ele encontra uma mina de prata. Apanha um pouco do metal e, com a venda, consegue dinheiro suficiente para sobreviver uma semana. Todas as semanas ele vai até a floresta, feliz com a mina de prata. Agora tudo de que precisava era trabalhar uma vez por semana.

Porém, sempre que encontrava o sábio, ele sorria e dizia:
- Avance, ainda existe muitos tesouros esperando por você.

Até que um dia resolveu aceitar a provocação do mestre e foi além da mina de prata, passando por outras vegetações e, de repente, se deparou com uma mina de ouro. Extraiu o quanto pôde do valoroso minério e depois vendeu no mercado da cidade. Era a maravilha das maravilhas, pois tinha dinheiro para um ano de vida. Todos os anos, o ex-lenhador ia até a floresta, feliz com a mina de ouro. Agora só precisava trabalhar uma vez por ano.

Porém, sempre que encontrava o sábio, este sorria e dizia:
- Avance, ainda existem muitos tesouros esperando por você!

O ex-lenhador mostrava-se muito tranqüilo, pensando que já tinha conseguido tudo o que poderia imaginar. Até que novamente resolveu aceitar a provocação do mestre e foi além da mina de ouro, chegando até um local de beleza surpreendente, onde encontrou uma mina de diamantes. Pegou a pedra mais linda que encontrou, levou-a até a cidade e conseguiu dinheiro para nunca mais ter de trabalhar.

Muitos anos mais tarde, contando para seu filho a história de sua riqueza, ouviu a seguinte pergunta:
- Pai, por que você continua indo à floresta todos os dias, mesmo sem precisar mais de dinheiro?O velho olhou-o com ternura e, sorrindo, disse:
- Eu gosto de pensar que sempre existe um novo tesouro para encontrar!"

O campeão sempre tem o senso de procurar um tesouro no próximo movimento. Isso alimenta seu espírito, aquece seu coração e o faz evoluir permanentemente.

Roberto Shinyashiki é conferencista e escritor, autor de 11 livros, entre eles “Liderança para Valer!”

20 de agosto de 2008

Reflexões

A Coragem

"Muitas vezes temos que dar tempo ao tempo.
Outras vezes, temos que arregaçar as mangas, e resolver - nós mesmos - determinada situação. Neste caso, não existe pior coisa do que adiar. Adiar traz angústias e sofrimentos desnecessários.

Eu aprendi a não adiar as coisas do modo que todo mundo aprende: levando na cabeça.

Quando tinha 10 anos, minha mãe me obrigou a fazer um daqueles chatíssimos cursos de educação física. Um dos exercícios era pular de um píer na água. Eu morria de medo. Ficava no último lugar da fila, e sofria com cada menino que pulava na minha frente - porque em pouco tempo chegaria o momento do meu salto.
Até que um dia, para impressionar uma menina, resolvi ser o primeiro a pular. Tive o mesmo medo, mas acabou tão rápido que eu passei a ter coragem."

(Paulo Coelho)

A Consciência das Coisas

"Muitas vezes procuramos conscientemente algo que irá nos causar sérios problemas. Eduardo Vieira conta uma interessante fábula a respeito.

Um homem cruza uma tempestade de neve, quando escuta um ruído. Vê uma cobra, ferida e quase morta de frio.

“Me ajuda!”, diz ela.

“Você é perigosa”, responde o homem.

“Não vê que estou quase morrendo, e não posso lhe fazer mal nenhum?”, implora a serpente.

Compadecido, o homem a recolhe, e leva para a sua casa.
Durante algum tempo convivem em harmonia. Mas um dia, enquanto acariciava a cabeça da cobra, ele recebe uma mordida fatal.

“O que é isso?”, diz o homem, à beira da morte. “Salvei sua vida, lhe dei comida, carinho - e agora você me envenena?”

E a serpente responde: “mas você sabia que eu era uma cobra, não sabia?”

(Paulo Coelho)

14 de agosto de 2008

30 Anos

30 anos! Antes dos 30 as coisas são diferentes. Claro que há algumas datas significativas, mas fazer 7, 14, 18 ou 21 é ir numa escalada montanha acima, enquanto fazer 30 anos é chegar no primeiro grande patamar de onde se pode mais agudamente descortinar.Fazer 40, 50 ou 60 é um outro ritual, uma outra crônica, e um dia eu chego lá. Mas fazer 30 anos é mais que um rito de passagem, é um rito de iniciação, um ato realmente inaugural. Talvez haja quem faça 30 anos aos 25, outros aos 45, e alguns, nunca. Sei que tem gente que não fará jamais 30 anos. Não há como obrigá-los. Não sabem o que perdem os que não querem celebrar os 30 anos. Fazer 30 anos é coisa fina, é começar a provar do néctar dos deuses e descobrir que sabor tem a eternidade. O paladar, o tato, o olfato, a visão e todos os sentidos estão começando a tirar prazeres indizíveis das coisas. Fazer 30 anos, bem poderia dizer Clarice Lispector, é cair em área sagrada.
Até os 30, me dizia um amigo, a gente vai emitindo promissórias. A partir daí é hora de começar a pagar. Mas também se poderia dizer: até essa idade fez-se o aprendizado básico. Cumpriu-se o longo ciclo escolar, que parecia interminável, já se foi do primário ao doutorado. A profissão já deve ter sido escolhida. Já se teve a primeira mesa de trabalho, escritório ou negócio. Já se casou a primeira vez, já se teve o primeiro filho. A vida já se inaugurou em fraldas, fotos, festas, viagens, todo tipo de viagens, até das drogas já retornou quem tinha que retornar.

Quando alguém faz 30 anos, não creiam que seja uma coisa fácil. Não é simplesmente, como num jogo de amarelinha, pular da casa dos 29 para a dos 30 saltitantemente. Fazer 30 anos é cair numa epifania. Fazer 30 anos é como ir à Europa pela primeira vez. Fazer 30 anos é como o mineiro vê pela primeira vez o mar.
Na verdade, fazer 30 anos não é para qualquer um. Fazer 30 anos é, de repente, descobrir-se no tempo. Antes, vive-se no espaço. Viver no espaço é mais fácil e deslizante. É mais corporal e objetivo. Pode-se patinar e esquiar amplamente.Mas fazer 30 anos é como sair do espaço e penetrar no tempo. E penetrar no tempo é mister de grande responsabilidade. É descobrir outra dimensão além dos dedos da mão. É como se algo mais denso se tivesse criado sob a couraça da casca. Algo, no entanto, mais tênue que uma membrana. Algo como um centro, às vezes móvel, é verdade, mas um centro de dor colorido. Algo mais que uma nebulosa, algo assim pulsante que se entreabrisse em sementes.

Aos 30 já se aprendeu os limites da ilha, já se sabe de onde sopram os tufões e, como o náufrago que se salva, é hora de se autocartografar. Já se sabe que um tempo em nós destila, que no tempo nos deslocamos, que no tempo a gente se dilui e se dilema. Fazer 30 anos é como uma pedra que já não precisa exibir preciosidade, porque já não cabe em preços. É como a ave que canta, não para se denunciar, senão para amanhecer.Fazer 30 anos é passar da reta à curva. Fazer 30 anos é passar da quantidade à qualidade. Fazer 30 anos é passar do espaço ao tempo. É quando se operam maravilhas como a um cego em Jericó.
Fazer 30 anos é mais do que chegar ao primeiro grande patamar. É mais que poder olhar pra trás. Chegando aos 30 é hora de se abismar. Por isso é necessário ter asas, e sobre o abismo voar.

(Affonso Romano de Sant'Anna)

13 de agosto de 2008

Vamos em frente

A vida é repleta de situações interrompidas.
Interrompidas pela falta de tempo, pela falta de dinheiro, pela ausência do outro, pela falta de boa vontade alheia, pela burocracia, pelo cansaço, pelas partidas sem volta, pelo medo, pela ansiedade que acaba atrapalhando, pela nossa insegurança.
Mas não devemos parar a cada tropeço, a cada decepção, a cada emprego perdido, a cada término de relacionamento, a cada morte vivenciada.
Apesar de tudo de ruim que possa nos acontecer, há sempre inúmeros motivos maravilhosos para querermos seguir em frente, da melhor maneira possível.
Às vezes é preciso retroceder para replanejar os passos, voltar para seguir outro caminho, reconhecer o erro para aprender.
É preciso se motivar a cada manhã, olhar o sol nascer no céu azul, e compreender o significado de poder estar vendo esse milagre da vida a cada dia. Ver e compreender!... Agradecer por cada batida do seu coração. Por cada inspiração e expiração. Por cada uma das situações pelas quais você passa. Porque você é o resultado das suas experiências, boas ou ruins.
Você é o resultado do não e do sim dos seus pais. Da primeira queda de bicicleta. Da primeira pipa que conseguiu empinar. Do primeiro amor não correspondido. Do beijo mal dado. Dos “eu te amo” ouvidos. Da reprovação no exame para carteira de motorista. Da entrevista bem sucedida para o estágio. Da monografia aprovada com louvor. Da promoção que não saiu na empresa. Do sentimento não retribuído. Do amor à primeira vista correspondido.
Cada momento vivido torna você esse ser único e exclusivo.
Não lamente as intempéries, e não esqueça de agradecer pelas bênçãos recebidas. Siga em frente sendo sempre otimista. Acreditando que o melhor vai acontecer para você. Viva o presente intensamente, olhando com orgulho para o seu passado, e deixando o futuro chegar naturalmente. Fazendo o seu agora com alma, paixão, respeito e confiança, amanhã esse momento será o seu passado saudoso, e o seu futuro chegará alicerçado pelas suas boas e certas ações de hoje. Tome atitudes equilibradas pela razão e pela emoção. Produza! Acredite em você e em seus sonhos, mas faça por onde eles acontecerem. Bem diz um ditado popular que “É perigoso guardar uma cabeça cheia de sonhos com as mãos desocupadas.”

(Juliana Azevedo)

7 de agosto de 2008

O Meu Pai

O meu pai sempre teve o gênio difícil, tem um bigodão que amedronta e deixa o semblante sério.
É de poucas palavras. Voz grave e alta. Pouco demonstra sensibilidade.
É um homem mais “seco”, de poucos abraços ou gestos carinhosos.
Deita bem e amanhece de “ovo virado”.
Só mesmo minha mãe para agüentá-lo!

Mas ninguém, nem minha mãe, irmãos ou eu, podemos reclamar da sua seriedade como pai e como marido. Contas em dia, comida em casa, trabalhador, esforço para pagar boa escola, pessoa honesta, caráter indubitável.

O pai afetuoso sempre esteve presente, quando meus irmãos e eu éramos crianças. Crescidos, recebemos dele mais demonstrações de valores morais do que de afeto em si, mas nunca se deixou de haver o carinho, a preocupação com o nosso bem estar, e ao modo dele, o amor de pai.

Como esquecer as histórias contadas na hora de dormir, quando ele cochilava antes da gente? Os domingos no clube, quando ele sempre perdia a nossa toalha? Os passeios no parque, quando ele sempre brigava com a minha mãe porque ela não queria que sujássemos a roupa nova? As missas na Igrejinha da Pampulha, aos domingos? O picnic no zoológico, com farofa com cheiro (e gosto) de gasolina, que estava no porta-malas daquele velho Corcel azul turquesa? As idas à todos os circos que passavam pela cidade, levando as primas junto? As viagens para Guarapari? E as viagens para Guarapari? E no ano seguinte, as viagens para Guarapari, de novo, naquele Passat antigo que quebrou no meio da estrada?

A vida de homem de família, para o meu pai, foi muito mais difícil nos anos remotos. Minha mãe ajudava com o pouco conseguido nas costuras, mas era praticamente só ele para dar conta de tudo, das despesas, da roupa nova no Natal, dos brinquedos, da escola, da diversão. Hoje em dia acho até que o astral dele é outro, gosta mais de sair, pode-se vê-lo sorrindo mais... Acredito que a responsabilidade de antes era muita e o consumia quase todo. Hoje o vejo mais leve, mais tranqüilo, menos preocupado. Pudera! Todo o seu esforço em criar bem os filhos rendeu bons frutos. Meus irmãos e eu aprendemos as lições e ensinamentos, reconhecemos o investimento e a dedicação dele, e retribuímos tudo isso, colaborando para que hoje ele tenha uma melhor idade proveitosa. Hoje é só aproveitar a vida e curtir o netinho.


Meu pai sempre deu bons exemplos, limites, ensinou com palavras e gestos. Quantos “nãos” nos foram ditos para mostrar o caminho ideal a ser seguido... Esteve sempre presente nos momentos mais importantes: desde a 1ª Comunhão, passando pelas festas juninas, até as formaturas. Foi sempre participativo.

Meu pai quis ensinar os filhos a serem melhores a cada dia, e melhores que ele mesmo. É um exemplo a ser seguido. Sua vida, seus acertos, seus equívocos, tudo serve de lição para o que de melhor eu quero ser.
Meu pai sempre foi e é como todo pai deve ser: amigo, apoio e parceiro. O tempo inteiro!

(Juliana Azevedo)

6 de agosto de 2008

Enquanto o amor não vem


Foto: Flickr

O que fazer nesse meio tempo, quando a solidão muitas vezes pode ser tão dolorosa e o tédio, imenso? Em vez de se deixar contaminar pelo desânimo ou pelo desespero que acaba fazendo com que você aceite a companhia de qualquer pessoa, mergulhe na cura interior.

Estabeleça um diálogo consigo mesmo. É fundamental ouvir-se, questionar-se, analisar comportamentos, atitudes e desejos, para encontrar um novo ideal de conduta e de relacionamento. E assim, aprender a buscar a felicidade de um amor duradouro e a descartar aqueles que certamente só lhe trarão sofrimento.

Saber viver o tempo de estar só é a oportunidade para um verdadeiro renascimento. A entressafra amorosa pode ser o momento ideal para a construção de uma vida a dois maravilhosa. Aproveite para mudar os seus padrões de comportamento e fazer uma revisão do que não tem funcionado nos seus relacionamentos.

Para ser feliz no amor é fundamental ter uma boa auto-estima e alimentar o desejo de tornar-se cada vez melhor e de crescer sempre. Acredite ou não, a felicidade amorosa começa justamente quando estamos sozinhos, à espera do amor.

O ponto de partida para o amor bem sucedido é compreender que você é a única pessoa que pode fazer por você aquilo que, provavelmente, vem desejando que o parceiro faça.
Alimente o amor-próprio e saiba dar um tempo para se ouvir, rir, abraçar-se carinhosamente. Um tempo só seu, em silêncio, para que seja possível entrar em contato com os seus sentimentos mais profundos e alimentar o amor pelo ser que você é e que já tem tudo o que precisa para ser feliz.

Uma boa auto-estima significa, também, saber cuidar-se. Estar atento às suas necessidades, potencialidades, desejos verdadeiros. Se não se dedicar a você mesmo, continuará procurando fora aquilo que só encontrará em seu interior.
Alimentar a idéia de ter um parceiro que corresponda à todas as suas expectativas é o caminho mais curto para fazer seus relacionamentos naufragarem.

Páre de se criticar. Em vez de remoer fracassos ou de afogar-se na própria raiva e frustração, aceite os fatos que aconteceram em sua vida e que não podem mais ser refeitos. Procure identificar o padrão de comportamento e as razões que costumam levar ao fim os seus relacionamentos amorosos.
Enquanto não perceber o que é que você está fazendo e que não está funcionando, não adiantará mudar por fora, ganhar dinheiro ou realizar outras mudanças externas.
Limpar o passado significa entrar em contato com a sua verdade, com aquilo que você é, aceitando-se e entrando em um movimento natural de expansão da vida.
Isso quer dizer assumir um compromisso com o crescimento contínuo, a melhoria constante, a superação das próprias dificuldades, o aumento da capacidade de ver o outro. Desenvolver a capacidade de se colocar no lugar do outro, de trocar e compartilhar sem comprometer seus valores fundamentais.

Livre-se de crenças como: “Não posso viver sem o(a) fulano(a), que é meu amor” ou “Deve haver algo errado comigo”, ou ainda “Todo mundo é melhor que eu”, e “Eu não tenho sorte no amor”, e assim por diante.

As experiências dolorosas nos ensinam que é preciso parar, analisar, questionar-se e encontrar a verdade dentro de nós. Sem medo nem vergonha de encarar a realidade de frente. É fundamental afastar o hábito das desculpas e justificativas que não levam a nada e não passam de uma tentativa para racionalizar o que não está funcionando.

Quando não se está feliz afetivamente, é comum acreditar que é preciso encontrar alguém especial para voltar a ser feliz. Isso explica porque tanta gente se atira em relacionamentos, um atrás do outro, como medo de ficar só e na suportar a solidão e o contato com as suas questões.

O melhor a ser feito é aprender com os relacionamentos passados e utilizá-los como espelhos que refletem os seus problemas a serem trabalhados. Ao fazer isso, você encontrará as ferramentas para solucionar os problemas e se dará conta da importância da atitude no seu relacionamento consigo mesmo e com o outro.

Tenha disposição para mudar. Esta disposição acaba com os germens da culpa, da vergonha, do fracasso, da raiva, do medo e do ressentimento. Desejar tornar-se melhor para si mesmo(a) e para os outros é um bom começo. Mantenha a auto vigilância e observe como passa a agir. Se em algum momento desse processo você se sentir desanimado, sente-se, respire fundo e repita para si mesmo: “Esse é apenas o reflexo de algo que estou manifestando agora. Não é o meu ser verdadeiro.”
Faça uma escolha diferente. Mude de idéia. Logo estará mais calmo e em condições de agir de forma positiva.

Quando sentir-se atraído por alguém, cuidado com as táticas desesperadas de conquista. Muitas vezes, quando uma pessoa começa a fazer todo o esforço do mundo para conquistar outra, acaba se afastando da sua própria verdade: diz coisas que não diria normalmente (e até que não acredita), tem atitudes que não teria, e perde o seu eixo, tirar os pés do chão. Em pouco tempo acabará se desrespeitando e iniciando um romance que não terá base de sustentação e acabará desabando.

Cuidado com esse incontrolável desejo de agradar


Com freqüência, de tanto querer agradar e fazer tudo certinho, corre-se o risco de extrapolar. Isso se aplica a diversos aspectos da convivência, como:
* Dar mais atenção ao outro do que o outro gostaria;
* Sair super produzido para um programa simples como um cineminha ou um café;
* Dar um de atleta sexual na primeira vez que fica com aquela pessoa;
* Encher o outro de perguntas, e querer logo saber tudo sobre a outra pessoa. Quem gosta de um detetive no pé?

Controle o desejo de criar intimidade ou de agradar. Caso contrário, você só conseguirá assustar o outro, que irá fugir.
A verdade é que a dedicação exagerada assusta e dificilmente agrada, principalmente aos homens. A melhor atitude é ser o mais autêntico possível em vez de ficar fazendo tipo.
Não tenha vergonha de ser natural, de dizer o que pensa, mostrar como vive, de contar suas preferências, ser você mesmo. É importante ir devagar, saber que tudo leva um tempo para acontecer e não tentar apressar esse ritmo.

Quem quer aprender a ser um bom parceiro amoroso deve, antes de tudo, aprender a ser um bom parceiro para si mesmo. Saber guardar-se, respeitar-se e gostar de si mesmo é fundamental para a conquista da felicidade. Quem consegue ser feliz sozinho é capaz de ser generoso e equilibrado, e demonstra ter condições vitais para conquistar alguém e ser vitorioso no amor.

(Fernanda Dannemann)

1 de agosto de 2008

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Para quem você daria a chave daquele seu cantinho mais que especial?
Aquele lugar onde moram tantos seres antagônicos? Dos mais sensíveis aos mais realistas, passando pelos românticos, práticos e nervosos.
Quem você permitiria nesse lugar entrar?
O que você permitiria ali ser construído?

Construiria a dois? A três? Em grupo? Ou só?
Talvez quase nada do que fosse construído ali, em solidão,
fosse ser significativo para a sua vida.
Afinal, momentos solitários são necessários para se buscar o equilíbrio,
o autoconhecimento, a percepção da sua força, o entendimento de ser VOCÊ.
Mas o verdadeiro sentido da vida está em compartilhar.
Amor, amizade, carinho, afeto, solidariedade, atenção, e até pontos contraditórios.
O contrário te faz pensar, analisar, aprender e crescer.
Esse lugar é precioso. Tudo nele se busca aconchegar.
É por ali que flui todo e qualquer sentimento,
dos mais lindos e amenos aos mais feios e arrebatadores.
É nele que se processa o perdão.
É com o socorro dele que se dissipam as mágoas.
É ele quem dá ares de contentamento através do natural
descompasso arrítmico.
E é com ele que se envereda pelo prazeroso mundo da paixão.
Os suspiros, antes de se revelarem em sons,
transitam pelos seus caminhos elevando a respiração.
Preze por você, e não permita que nesse seu espaço se instale
aquilo que não lhe seja valoroso.
Você não precisa de qualquer coisa. Ou qualquer um.
Você só precisa compartilhar esse seu lugar com aquele que caminha ao seu lado
e lhe ajuda a ser alguém melhor, a cada dia.
Respeite-se e valorize-se!

(Juliana Azevedo)

Meu Jardim

Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minha fonte, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores

Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho

Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim

(Vander Lee - Música: Meu Jardim)

Fotos: AbbrA Flores
"A Felicidade só é real quando é compartilhada."
(Christofer Mccandles)