21 de maio de 2009

Coisas de avó

Minha avózinha em mai/05 - Teríamos apenas mais um ano da convivência com ela
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Pelo menos nove entre dez pessoas tem recordações nostálgicas de avó. Eu me incluo entre essas.
A casa da minha avó era como um mundo de fantasias. Lugar onde meus irmãos e eu podíamos tudo, ganhávamos muitos mimos, comíamos todos os doces e chocolates que não podíamos comer em casa, andávamos de pé no chão – algo que minha mãe não deixava fazer – víamos os programas preferidos na TV, éramos crianças felizes no mais literal sentido que isso possa ser.

A minha avó era branquinha, gordinha e vaidosa. Pintava o cabelo ora de louro, ora com aquela cor de fogo que na época eu achava bem esquisito. Não tinha palavra ou atitude de negação com os netos. Era doce e sempre inventava brincadeiras com a gente. Comprava cana de açúcar e nós passávamos a tarde inteira assentados na área, mastigando a planta para sentir aquele caldinho doce na boca, e morríamos de rir das pessoas que tinham gastura daquilo! Aí é que a gente mastigava ainda mais! Ela fazia canudinhos com bambu e ficávamos soltando bolhas de sabão enquanto a tarde caía silenciosa. Ela brincava com a gente de passar anel, e eu adorava sentir aquelas mãos gordinhas e macias passar por entre as minhas, e ficava boquiaberta em ver como ela conseguia soltar o anel sem que a gente percebesse em quais mãos! Íamos passear na pracinha do cemitério, e ela sempre contava mil histórias de assombração, e aí, quem disse que a gente dormia naquele quarto que não entrava uma frestinha de luz? Ela gostava do breu para dormir... e então ela falava que as histórias eram todas inventadas, para a gente se acalmar e pegar no sono. Ela sempre dava um dinheirinho pra gente comprar o que quisesse no cinema: nas temporadas de férias, o meu tio sempre levava a gente para assistir ao lançamento d’Os Trapalhões. A gente curtia demais! Era milk shake de chocolate antes e depois da sessão! E perdi as contas de quantas amarelinhas eu pulei na área da casa da vovó. Ela sempre arrumava giz para a gente riscar maré no chão de cimento da área, e ficava lá apreciando a gente brincar, com aquele sorriso tranqüilo no rosto. Era tão imprescindível a companhia dela!

Lembro-me de uma vez estar na casa da minha avó quando começou uma tempestade. O dia virou noite, a luz acabou, o vento uivava, fechamos todas as janelas e ficamos na sala esperando o tempo acalmar, debaixo de cobertores super, hiper, mega, maxi quentes que eu só encontrava na casa da vovó. Minha avó começou a cantar o refrão de uma música da Clara Nunes, uma vez atrás da outra, sem parar, e disse que era para ajudar o tempo a passar. A letra era assim: “Eu vi chover, eu vi relampear, mas mesmo assim o céu estava azul, Samborê, Pemba, Folha de Jurema, Oxóssi reina de norte a sul...” Nunca soube (não perguntei na época) o que significava todos esses nomes com sotaque de umbanda, mas ela cantou tanto que eu aprendi e nunca mais me esqueci... Impressionante... Há momentos que ficam para sempre na nossa memória! Momentos meio mágicos...

Passávamos metade das férias na casa da minha avó. Em um desses períodos tive catapora, e acho que foi a catapora mais bem cuidada que alguém podia ter! Mimos, cuidados, alimentação saudável, frutas, suquinho na cama... a única coisa ruim foi que mesmo estando na casa da vovó não consegui me livrar daquele remédio roxo bizarro que não me lembro o nome, que era bom para secar as feridas da catapora. Mas vovó me dizia que era para eu sarar logo, e eu aceitei de bom grado porque acreditava nela, claro!

As férias lá eram sempre aguardadas com ansiedade! Podíamos nem fazer nada demais, mas só de estar na companhia dela valia à pena! Ela contava muitos causos, contava em como tinha sido bom ser jovem nos anos 30, como ela tinha “fugidio” de casa para ficar com meu avô (que era negro), como tinha sido difícil a vida de casada, quando que ela mesma cortava lenha para o fogão, contava sobre como o meu pai e o meu avô saíam de casa, medrosos, quando ela ia matar galinha para fazer a comida. E tantos outros casos que nós ficávamos a saborear, ouvindo tudo com interesse, e achando engraçada a maneira como ela sempre terminava as frases, dizendo um “sá?”, querendo dizer “sabe?”. Ouvir os causos dela era tipo assim... uma viagem, sá? Eles eram histórias que faziam a gente sonhar acordado, viajar no imaginário, e sempre tirar alguma lição.

Quantas vezes nos últimos anos eu sonhei acordada lembrando-me da minha eterna infância na casa da minha avó! Mas o bom é saber que o convívio com ela foi intenso, longo e saudável! Mais risos que tristezas. Muito mais risos, diga-se de passagem. Avó é mãe ao quadrado, e com o triplo de tempo para despender. Nas minhas andanças pela internet encontrei um texto de uma menina de oito anos, cujo nome não foi citado no artigo que li, sobre o significado de avó. Achei sublime! Avô e avó têm muita importância na educação das crianças, é tarefa de um caráter puro. Eis o texto:
Definição de Avó
“Uma Avó é uma mulher que não tem filhos, por isso gosta dos filhos dos outros. As Avós não têm nada para fazer, é só estarem ali. Quando nos levam a passear, andam devagar e não pisam as flores bonitas nem as lagartas. Nunca dizem 'Despacha-te!'. Normalmente são gordas, mas mesmo assim conseguem apertar-nos os sapatos.
Sabem sempre que a gente quer mais uma fatia de bolo ou uma fatia maior. As Avós usam óculos e às vezes até conseguem tirar os dentes. Quando nos contam histórias, nunca saltam pedaços e nunca se importam de contar a mesma história várias vezes.
As Avós são as únicas pessoas grandes que têm sempre tempo. Não são tão fracas como dizem, apesar de morrerem mais vezes do que nós. Todos nós devemos fazer o possível por ter uma Avó, sobretudo se não tiver Televisão”.
Não preciso dizer mais nada! Somente que no próximo dia 25 estará fazendo três anos que minha avozinha querida foi morar no céu...
Sempre te amei muito, vó! Saudade imensa!!!

20 de maio de 2009

13 de maio de 2009

Amor da minha vida

"Talvez eu já tenha conhecido o amor da minha vida. Foi de uma maneira inesperada e acabou da mesma forma. Não sei se acontece com vocês, mas acho que amores de nossas vidas deixam rastros demais, além do que queremos e podemos. E é nesses rastros que nos apegamos e muitas vezes nos boicotamos quando não deixamos que eles se apaguem com o tempo.

O suposto amor da minha vida é um homem bom. É inteligente, gosta de boa música, é engraçado. Nos demos muito bem enquanto estava tudo bem. Mas nos primeiros obstáculos o amor da minha vida virou o problema da minha vida. Sei que foi recíproco. “Seus mistérios me perturbam e minha clareza o ofusca.” Enquanto ele tentava fazer o melhor que podia, eu tentava fazer o melhor que podia, mas o meu melhor era diferente do dele. Não menos ou mais importante, mas diferente. Eu me irritava com suas atitudes omissas e ele com minhas palavras desmedidas. Não sabia o que se passava com ele e ele sabia de mim mais do que deveria ou que queria saber.

Terminamos de uma maneira nada agradável. Eu e o suposto amor da minha vida não temos idas e vindas, só chegada e partida. Não sei se teremos volta. Só que acreditei que seria para toda vida. Nem sei se estava enganada, pois afinal não tenho como prever o destino, mas sei que agora não há espaço para ele em minha vida e eu não faço mais parte dos seus planos. É difícil admitir, mas é verdade. Não digo que não possa ser ele, nunca disse. Mas, e se não for? Por isso também digo que não posso esperá-lo. Se for, será em outras circunstâncias, em outro dia, em outro lugar. Confesso que já passou pela minha cabeça a idéia de esperá-lo. Esperar o dia em que ele acordasse, mudasse radicalmente e percebesse que realmente quer que seja pra sempre.
Não posso deixá-lo ocupar o lugar de amor da minha vida, pois esse lugar tem que estar reservado para o meu amor para toda vida. O amor para toda vida talvez seja o homem que, no fundo, todas nós esperamos. Ele terá qualidades que gostamos, defeitos, mas principalmente, fará com que nos sintamos seguras. Então de forma alguma poderia interditar o lugar de amor da minha vida, para construir uma casa de ilusões que não tem base para ser sustentada. Não posso deixar que meu amor para toda vida bata e encontre o lugar para se aconchegar ocupado pelo amor da minha vida. E se no fim de tudo eu me der conta que o suposto amor da minha vida, é quem vai ocupar esse lugar, não será eu que o direi. Ele encontrará o caminho sozinho. Enquanto isso, o lugar de amor da minha vida estará vago, a procura de alguém que o preencha de maneira definitiva.

A verdade é que continuo gostando do seu jeito, acho que ele me admira, mas não conseguimos ficar meia hora sem discutir, sobre a crise americana, a alta do dólar, tudo é motivo. Somos diferentes, traçamos caminhos diferentes, e não há nada que possa nos unir pelo menos por agora. E apesar de toda minha convicção, tento fazer com que aos poucos meu coração entenda e aceite isso."

(Maitê Proença - Texto adaptado)


Maitê está certíssima. Chega uma hora em que temos que dar basta ao amor de nossas vidas. Chega de ficar achando que se não terminássemos, se não discutíssemos, se não houvesse distância em todos os aspectos poderia ser diferente, poderia ser o nosso amor para toda a vida. Não poderia, e é justamente por isso que não dá certo.
Nessa hora temos que sacudir a poeira e seguir em frente, sem olhar para trás! Não querer mais saber sobre a pessoa, sobre sua opinião e sobre o que sente. Querer saber de si mesmo. Querer cuidar do seu lugar, e quero enchê-lo de flores. Querer sorrisos e calmarias. Querer alguém que te queira tanto quanto você, e que nunca queira partir. Querer o seu amor para toda vida no lugar do amor da sua vida.

7 de maio de 2009

Os Nomes dos Meus Filhos

Não, eu não estou grávida!
Não, eu também não tenho filhos!
Mas outro dia eu conheci uma mulher que estava me contando sobre a vida dela e sobre os seus filhos, e então ela me revelou os nomes dos seus quatro meninos: Wellington, Wesleyton, Washington e Willerson. Cá pra nós, quanta falta de criatividade! Mas... gosto é gosto e não se discute! Não questiono os nomes em si, mas sim a similaridade sonora. Detesto isso. Sempre detestei! Na minha casa eu já não acho tão legal, e olha que lá é só a terminação “ana" que é repetida, e só por duas vezes: Juliana e Giovana. Agora começar os nomes de quatro filhos com a mesma letra, e terminar com a mesma formação, como “on” no exemplo citado, acho que é um pouco de falta de bom senso. Isso é a minha opinião, claro!

Tenho pensado muito nos possíveis nomes dos meus prováveis filhos. E por isso ando reparando nos nomes que ouço por aí. Não sei explicar o porquê dessa minha “preocupação” repentina. Vai ver é o meu inconsciente que está sendo cutucado pelo relógio biológico, pois já estou na idade onde a curva da fertilidade se encontra em declínio.

Andei pesquisando na internet e encontrei algumas matérias sobre nomes estranhos que foram encontrados registrados em cartórios de todo o Brasil. A lista é infinita e de doer qualquer bom ouvido de pessoa de bom gosto. Como alguns poucos exemplos, cito Adalgamir, Clarisbadeu, Darcília, Heubler, Lynildes, Reymar, Katrine. Sem comentários!

Outra mania que algumas pessoas tem é de inventar nomes compostos. Alguns nomes compostos são tradicionais, como Ana Paula e Luiz Otávio. Outros, nem tanto, mas acabam combinando quanto ao aspecto sonoro, como João Marcelo, Maria Laura e Luiz Oswaldo. Mas tem gente que tem mania de inventar moda demais, e os pobres coitados dos filhos que padecerão pela vida afora. Tive uma colega de trabalho que queria colocar o nome na filha de Maísa. Só que o marido dela queria que a rebenta se chamasse Carolina. Adivinha? Bingo! A menina veio ao mundo, linda, mas com um nome que não se pode dizer o mesmo: Maísa Carolina. Há outros do tipo, como Paula Jéssica, Carla Emanuele, Paulo Rodrigo ou Luiz Eustáquio.

Mas como já comentei, gosto é algo bem particular, e quando as pessoas me falam os nomes escolhidos para os filhos, eu elogio, se gosto, ou não faço comentário algum, se não me agrada. Palpites, só se me pedirem.

Discorri sobre nomes só para dizer que já há algum tempo tenho pré escolhido (se é que existe esse termo), os nomes dos filhos que eu ainda sonho e pretendo ter. Claro que ainda vai pesar a escolha do marido, se este houver, porque vai saber, não é mesmo? A essa altura do campeonato, não descarto a possibilidade de uma produção independente (por vias normais ou fertilização) ou de uma adoção. Depois dos 35 e sem uma relação séria engatada, há que se considerar todas as possibilidades. Mas essa opção não seria a ideal. Sou meio Amélia, sinto que nasci, apesar de estarmos no século XXI, para ser também “do lar”. Acredito e valorizo a instituição casamento, e sempre sonhei em ter o meu maridinho, com a nossa casinha e os nossos filhinhos para cuidarmos. Utopia? Penso que não... Ainda acredito que possa acontecer. Ainda tenho uns quatro anos pela frente para me decidir sobre isso.

Mas... gente do céu! Dei tantas voltas só para dizer que há dois nomes que tenho vontade de colocar nos meus filhos, se um dia eu os tiver. Detalhe: Papai do Céu bem que podia me abençoar com gêmeos, um casal! Eu ia amar! E olha que há essa possibilidade, já que meu pai tem irmãos gêmeos, ou seja, minha avó teve, meu pai não, e eu, como a tendência é saltar uma geração, posso vir a ter. Amém! Ok, vou contar os nomes escolhidos. Você pode até não gostar, é seu direito, gosto é gosto, lembra? Por isso mesmo eu não ligo se você criticar a minha escolha. Está tudo certo de qualquer maneira. O nome da menina seria Manuela, que seria chamada de Manu, apelido que eu acho super lindo de se ouvir! E o nome do menino seria um nome mais incomum, mas que eu considero ter um apelido char-mo-zér-ri-mo! Principalmente considerando a pessoa já adulta: Gregório! Quer coisa mais charmosa do que um rapaz sendo chamado de Greg?? Adoro a sonoridade de “Greg”!! Adoro demais!

Eu já passei por várias escolhas diferentes para os nomes dos meus filhos, ao longo da vida. Quando se namora, e se brinca com o namorado de escolher os nomes dos herdeiros, em cada fase da vida, com cada namorado, você pode escolher um ou outro nome. Mas Manuela e Gregório eu sinto que serão realmente os nomes dos meus filhos. Talvez porque eu tenha escolhido sozinha, depois de muito analisar nomes, sem palpite de homem nenhum, e em um momento de maturidade biológica... Rs...

Estão aí os nomes! Se alguém gostou, e, principalmente, se alguma prima ou amiga gostou, tudo bem, pode colocar nos seus filhos também. Mas se vocês tiverem a prole antes de mim, só não vai valer dizer que eu imitei vocês! Está aí o texto publicado, como prova a meu favor! E viva a liberdade de escolha!
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P.S: Gosto muito também de Cecília, que acaba virando Ciça. Gracinha tb.... :)
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E como o assunto tem tudo a ver, desejo a todas as MÃES, e principalmente à minha, um DIA DAS MÃES especial ao lado de nós, os filhos. Que vocês sejam sempre essas critauras quase sobrenaturais, que adivinham tudo que se passa com a gente, tudo que a gente sente, e são sempre capazes de viver uma vida em função da nossa felicidade! Sem reclamar! Mãe é pura doação! Parabéns pelo dia de vocês!

5 de maio de 2009

Gripe Suína não!!!!

A reportagem da revista Época dessa semana é boa e esclarecedora. Precisamos realmente ficar atentos ao avanço da doença e à maneira de nos precavermos quanto à sua contaminação. Mas, cuidado! Escrevi um e-mail para a redação da revista no sentido de chamar a atenção da mesma para a infeliz escolha do título da capa. É inconcebível que uma revista do porte de Época ainda publique notícia sobre o vírus da gripe que circula atualmente, e que teve seu início no México, como sendo GRIPE SUÍNA.
A própria OMS alterou a denominação para Influenza A (H1N1), de maneira a não prejudicar a indústria de produtores e exportadores de carne suína, a qual, caso seja consumida, em nada contribui para a transmissão do vírus da gripe.

Infeliz também foi a idéia da ilustração com um porco. O animal apenas foi um meio utilizado por três vírus diferentes para formar uma nova cepa de um vírus nunca visto antes. O novo vírus da gripe contém material genético típico de vírus humanos, aviários e suínos, incluindo elementos de vírus suínos europeus e asiáticos. Essa nova cepa não tem infectado porcos e nunca foi vista nos mesmos. A ameaça é a transmissão de pessoa a pessoa. Que os leigos falem em gripe suína, é aceitável. Mas um importante veículo de comunicação, como Época, não poderia cometer essa falha.
"A Felicidade só é real quando é compartilhada."
(Christofer Mccandles)