"Muitas vezes temos que dar tempo ao tempo.
Outras vezes, temos que arregaçar as mangas, e resolver - nós mesmos - determinada situação. Neste caso, não existe pior coisa do que adiar. Adiar traz angústias e sofrimentos desnecessários.
Eu aprendi a não adiar as coisas do modo que todo mundo aprende: levando na cabeça.
Quando tinha 10 anos, minha mãe me obrigou a fazer um daqueles chatíssimos cursos de educação física. Um dos exercícios era pular de um píer na água. Eu morria de medo. Ficava no último lugar da fila, e sofria com cada menino que pulava na minha frente - porque em pouco tempo chegaria o momento do meu salto.
Até que um dia, para impressionar uma menina, resolvi ser o primeiro a pular. Tive o mesmo medo, mas acabou tão rápido que eu passei a ter coragem."
(Paulo Coelho)
A Consciência das Coisas
"Muitas vezes procuramos conscientemente algo que irá nos causar sérios problemas. Eduardo Vieira conta uma interessante fábula a respeito.
Um homem cruza uma tempestade de neve, quando escuta um ruído. Vê uma cobra, ferida e quase morta de frio.
“Me ajuda!”, diz ela.
“Você é perigosa”, responde o homem.
“Não vê que estou quase morrendo, e não posso lhe fazer mal nenhum?”, implora a serpente.
Compadecido, o homem a recolhe, e leva para a sua casa.
Durante algum tempo convivem em harmonia. Mas um dia, enquanto acariciava a cabeça da cobra, ele recebe uma mordida fatal.
“O que é isso?”, diz o homem, à beira da morte. “Salvei sua vida, lhe dei comida, carinho - e agora você me envenena?”
E a serpente responde: “mas você sabia que eu era uma cobra, não sabia?”
(Paulo Coelho)
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