20 de novembro de 2009

Carta para o Papai Noel



Querido Papai Noel,


Há quanto tempo não nos falamos! Muitos anos já se foram desde a última vez em que eu escrevi cartinha para o senhor. Muitas primaveras se passaram desde que eu deixei de ser criança, e que precisava me comportar durante o ano para poder ganhar o presente solicitado. O mundo muito evoluiu, muitas coisas boas aconteceram, e muitas coisas ruins também. E o senhor? Continua entregando presentes com o seu bom e velho trenó, puxado pelas renas?? Ou já comprou um jatinho? Continua recebendo as cartas escritas à mão, ou já tem endereço eletrônico? Nossa, será que o senhor não vai receber essa minha carta???? Depois de mais de duas décadas me pego escrevendo uma carta de próprio punho, e agora nem sei se ela vai chegar ao seu destino...


Não sei se é porque eu cresci, e vejo o mundo diferente, mas sinto que hoje em dia menos crianças acreditam que irão receber os presentes que você entrega. Deve ser porque no mundo de hoje tudo é muito moderno, mas a essência foi se perdendo. Na minha época tudo tinha mais sentido, havia mais ingenuidade, mais simplicidade, mais amor. As crianças daquela época confundiam a realidade com a fantasia, e acreditavam que na noite de Natal receberiam todos os presentes que tinham lhe pedido. E era muito bom ver o nosso desejo ser atendido!


Mas um dia a gente cresce e aprende que nem sempre se recebe tudo que se espera, e que quem muito quer nada ganha.
Independente disso, eu jamais te esqueci e nunca deixei de acreditar no senhor, ou no que a sua figura representa. De uma forma ou de outra, é a ilusão que nos move. Sem ilusões, sem acreditar em algo melhor, algo bom, a gente não tem motivos para caminhar. É como tentar alcançar o horizonte. O senhor já tentou alcançar o horizonte? Se já, percebeu que a gente nunca consegue. Andamos um passo, e o horizonte se afasta um passo de nós. Andamos dez passos, e ele se afasta dez passos também. Depois de certo tempo eu entendi que é para isso que o horizonte serve: para nos fazer caminhar...


As ilusões e a ingenuidade da época de criança nos tornam pessoas melhores, mais certas de que a vida vale à pena. Durante anos da minha vida o senhor me trouxe muita felicidade, e aquela experiência de vivenciar momentos natalinos “ao seu lado” faz hoje com que eu acredite que é imprescindível transmitir valores como esses ao meu sobrinho e às outras crianças. E eu sinto que isso pode fazer de mim, e delas, pessoas mais felizes.


Já passei da idade de pedir bicicleta – lembra, Papai Noel: “não esqueça a minha Caloi!” – vídeo game, computador, bola ou boneca. Fico reparando nos programas de TV e nos filmes, em como tudo sempre acaba com um final feliz. É tudo sempre muito alegre e muito perfeito em seus finais. Então eu fiquei pensando se o senhor poderia me dar um milagre: um final feliz para todos os meus momentos. Eu estaria pedindo muito ou sendo egoísta? Poxa, eu me comportei bem durante o ano inteirinho!!!! Ok, Papai Noel, ok... Eu entendo que seria pedir demais. Então eu peço que o senhor continue a entregar presentes por todo o mundo, às crianças, a quem tem coração de criança e, sobretudo, aos duros de coração! Junto com os presentes, entregue um pouco do espírito de solidariedade, uma pitada de esperança, e entregue principalmente a fé, para que as pessoas vivam plenamente o verdadeiro sentido do Natal, simbolizado pelo menino Jesus, Nossa Senhora e São José, Belém e a estrebaria, a estrela, os anjos, os pastores e os Reis Magos. Entregue, enfim, a consciência do verdadeiro sentido do Natal: celebrar Jesus Cristo, que veio a esse mundo para nos salvar e nos redimir. Claro, para quem acredita, aceita e concorda. De toda forma, entregando todas essas coisas, o senhor vai acabar por me proporcionar o final feliz que pedi algumas linhas aí em cima...


Um beijo nessa sua barba branca, Papai Noel!
Obrigada, e até ano que vem!!


Juliana.

P.S.: Ia te pedir mais uma coisinha... um namorado, mas desisti! Ia te dar muito trabalho, tadinho!!! Deixa que isso eu resolvo sozinha, tá? Só vou pedir uma ajudinha ao outro Papai... o do Céu! Rs...

.

19 de novembro de 2009

Semelhança entre máquinas e amor



Acreditei recentemente que uma conspiração tecnológica estava a me assombrar. Pifou tanta coisa de uma só vez, foi tamanho o piti coletivo das minhas máquinas que levei a sério o que disse a 21: a tecnologia é a ruína da sociedade. E arruinados estamos nós, mortais, cada vez mais dependentes dela.


Você sabe que a máquina – qualquer uma delas - há de estragar um dia, mas, inexplicavelmente, você confia dados, relatórios, monografias, nomes e telefones, projetos de vida e textos únicos, escritos em momentos de inspiração da madrugada, àquela memória impalpável que um dia pode simplesmente ter uma pane e acusar: empty. Você sabe, mas mesmo assim compra, grava, usa, porque você é vencido pelas facilidades da vida moderna.


Assim é mesmo com o amor. Você sabe, ah, sabe, que um dia o relacionamento vai estragar e pode não demorar muito para você se encontrar com os olhos vermelhos diante de um bolo de fotos. Mesmo assim, tendo ciência de que o amor terá um fim, que a chama da vela não inflamará eternamente, você se deixa envolver. Quem há de negar a possibilidade de sentir o coração na boca com uma tímida cruzada de olhares? De ser surpreendido na cozinha, sendo puxado para dançar um tango, no meio das panelas no fogo? De ouvir eu te amo numa tarde qualquer de mormaço?


Um dia o amor, como disse Paulo Mendes Campos, acaba. É típico do amor acabar. Mas você insiste. Pela boa pessoa que o outro é, e que você é, você resolve dar mais uma chance. Tem conserto. Precisa apenas de uma formatação. Passaremos por cima.


Mas não. Depois que uma máquina quebra, ela jamais há de ser a mesma. Seja pela técnica que não dá conta (as máquinas são imprevisíveis e geniosas), seja pelo medo de quebrar de novo. Depois que volta do conserto você fica com medo de usar, de ligar, vai que dá pau de novo? Dá pra confiar? E você se vê com o aparelho lá, encostado num canto. Uma relação apática como a de um casal assistindo à televisão depois de um dia de trabalho árduo. Foi-se os tempos em que as mães exibiam os eletrodomésticos presentes de casamento. Hoje tudo é descartável.


Nas máquinas ou no amor, não confie na garantia. Muitas vezes não há argumento. Não há nada que podemos fazer, meu senhor. A escolha foi sua, você sabia, todas podem estragar. Confiar é estar sujeito a tudo. Às intempéries climáticas, ao desgaste do tempo. As máquinas, se pudessem, pediriam garantia por terem sido trocadas por uma outra aparelhagem mais moderna. Pediriam para serem devolvidas às fábricas, que lhe tirassem todas as peças. Melhor isso que observar o dono se divertindo com a outra, a recém-chegada. Mas não há o que podemos fazer, prezado. Assim é mesmo com o amor. Apaixonar-se é estar sujeito à possível ação do tempo, ou à presença de um outro.


Mas por que ser tão pessimista? A tecnologia também facilita os relacionamentos! As possibilidades de contato são ampliadas, as fronteiras não existem. E o reverso da medalha é que quanto mais envolvido, mais dependente você estará quando a máquina quebra. Mais angustiante se torna a espera de não saber o que acontece com o mundo e com aqueles entrelaçados nas suas redes. E, como são várias as possibilidades de se manter contato, várias são as possibilidades de ser ignorado. Ao final, você se sente como el coronel de Marquez, que no tiene quién le escriba.


Há pessoas que resistem à dependência das máquinas. À rapidez, à fluidez, à superficialidade das tecnologias. E há pessoas que resistem ao amor. Ao receio do começo e à consequente melancolia do inevitável fim. Estranha civilização essa de máquinas descartáveis e amores apressados. Melhor seria um tempo de amor sem pressa, que aguarda em silêncio. Sem se afobar.
 
(Tatiana Lazzarotto)

22 de outubro de 2009

Dia de Chuva



Acordar de madrugada e ouvir a chuva caindo lá fora. Que sensação mais deliciosa aquele barulhinho dos pingos se encontrando com o asfalto, com as folhas das árvores, e até daquela goteirinha que se torna melodia no silêncio da noite. Puxar a coberta para mais perto de si, até o pescoço, esquentando o corpo, virar para o outro lado se ajeitando no macio da cama, sabendo que se têm ainda algumas horas para dormir até a hora de se levantar para o trabalho.

E eis que essa hora chega. Não há agora escapatória. É o momento de levantar, se aprontar e encarar a chuva de frente. Preguiça. Marasmo. Desânimo. Melancólico olhar o céu cinza, as nuvens carregadas, as gotas estourando no chão... e a cama chamando por você.

Por que será que quando o sol não aparece, nós ficamos com tamanha falta de entusiasmo? Deve ser porque os passarinhos não cantam, as crianças não correm na rua, o dia não brilha. Quando chove o dia fica escuro mesmo sendo manhã, parece que o mundo para, há certo tom de tristeza. Mas é puro egoísmo nosso enxergar a chuva assim: como algo sombrio e desestimulante.

A chuva é fundamental para que existam as árvores, os pássaros, nós, qualquer ser vivo. Para regar as culturas e as florestas, encher os rios e os lagos, fazer brotar as nascentes de água que nós usamos. Encher também as barragens para a produção da energia elétrica sem a qual já não sabemos viver. A chuva lava o ar, fazendo assentar as poeiras e outras impurezas que nele existem. A chuva lava a alma. Propicia o arco-íris.

Chuva é confortante e é ótimo para dormir! Também é ótimo para se ler um bom livro, já que quando se está chovendo as opções de lazer ficam mais escassas.

Correr na chuva, nadar na chuva, voltar da escola junto com os amigos, a passos bem curtos, só para sentir os pingos de chuva a molhar a cabeça. Contrariando a vontade dos pais, tempo de chuva é tempo bom para as crianças brincarem nas poças d’água e voltarem para a casa com as roupas encharcadas, os tênis enlameados, o espírito repleto de aventuras e a memória cheia de histórias para contar.

Chuva tem barulhinho bom, tem cheiro bom, tem comida boa. Ninguém nunca ouviu falar em bolinho de sol, mas bolinho de chuva todo mundo conhece. Chuva tem cara de conforto, de noite bem dormida, de pijama cheiroso, de cama gostosa. Tem jeito de filme com pipoca. E é um sossego para a maioria das famílias, pois em noite de chuva todo mundo fica em casa, e assim o sono dos pais está garantido pela chuva que lava o mundo.

Deixa a chuva cair. Deixa a chuva recriar a vida, te mostrar outras opções de lazer, limpar. Como já cantou Guilherme Arantes, “deixa chover, deixa a chuva molhar; dentro do peito tem um fogo ardendo que nunca vai se apagar”. O que importa é manter a alegria de viver, independente se é dia ou noite, se tem sol ou chuva, se é inverno ou verão, se está escuro ou se tem claridade. Afinal, a bonança sempre vem depois da tempestade!


8 de outubro de 2009

Diga X!


A palavra fotografia vem do grego φως [luz], e γραφις [grafis], e significa "desenhar com luz".
Fotografar é congelar o momento presente para o futuro.
É registrar emoções vividas para as gerações futuras.
Mas se repararmos bem as fotografias de qualquer pessoa, podemos afirmar que ela foi a mais feliz, a mais realizada, a que teve a vida mais fantástica de todas. Os momentos registrados foram aqueles responsáveis pelo melhor sorriso, evidenciando a mais pura alegria, e nos dando a entender que a vida da pessoa foi um infinito de alegrias, conquistas e realizações.

É essa a sensação porque ninguém tira fotos dos momentos ruins. Daqueles em que se está triste. Daqueles onde nada nos ocorre de bom ou quando parece que estamos em um beco sem saída. As fotos mais comuns são habitualmente celebrações em grupo. A família no Natal, as férias de verão, a viagem com o amor. Ninguém quer registrar para sempre a sua cara de decepção quando se levou um bolo, ou quando seu time perdeu o campeonato, ou as dez horas que esteve à espera para ser atendido no centro de saúde. Também não há de se querer emoldurar os detestáveis extratos do banco naqueles meses difíceis, ou o abraço amargo recebido em um funeral. As imagens que ficam são as das ocasiões especiais, das coisas boas, as fantásticas recordações.

E você pode reparar como os seus momentos KODAK são tão parecidos com os das outras pessoas. Todos celebrando as mesmas ocasiões. Pode olhar as suas fotos no Orkut e comparar com as fotos postadas nos álbuns dos seus amigos. De original ninguém tem nada. Há muito se diz que nada se inventa e nada se cria; tudo se copia. Mas não precisamos nos sentir mentirosos, afinal, aqueles momentos são fatos, existiram, tanto que foram registrados. Mas o que queremos transmitir às pessoas? Qual a imagem que queremos passar de nós mesmos? Eis uma questão a ser refletida. Seria bom começar pelo ponto de que somos aquela pessoa da foto, temos aqueles amigos, estivemos naquele lugar, vivenciamos aquele momento, mas é bom reconhecer que não somos apenas aquilo ali retratado. Escondemos algo mais. Ou omitimos. É certo que por ali não contamos toda a verdade sobre nós. Mas manter as fotos dos grandes momentos é reviver um pouco deles em cada uma que olhamos. E verdade seja dita, isso traz um pouco de paz à nossa alma.

1 de outubro de 2009

Borboletas no Estômago

Imagine uma borboleta batendo as asas bem pertinho do seu rosto, chegando mesmo a tocar em você. Certamente a sensação será a de um vento suave e algo como a lhe fazer cócegas. Algo macio, delicado, leve e capaz de lhe provocar um “desconforto gostoso”.

Sensação que incomoda mas causa prazer, desorienta mas te coloca um sorriso no rosto. É isso que sentimos quando dizemos que estamos com borboletas nos estômago: inquietação, ansiedade, nervoso miudinho, euforia, prazer, satisfação, alegria, leve sorriso nos lábios, olhar contemplativo, friozinho na barriga. São as asas batendo por dentro, se esvoaçando, de borboletas indo e vindo dentro da alma. Fazem a fome desaparecer, nos deixam incapazes de engolir o que quer que seja. Talvez seja porque as borboletas já tenham ocupado todo o espaço.
.
Borboletas no estômago... são mãos que gelam sem estar frio, coração que pulsa mas bate descompassado, sorrisos que aparecem sem dar aviso prévio.
E essas borboletas são muito danadas! Não se contentam em ficar apenas no estômago, nos causando dores de barriga e risadas sem fundamento. Elas sobem pela espinha, arrepiam nossos pelos, e se espalham sem pedir licença pelo corpo. Pior de tudo, comem nossas línguas e roubam nossas falas, e lá ficamos nós, mudos, perante a ação destes insetos libertários.
E não acaba aí não! Fazem nos sentir leves, quase flutuantes, sem sentir os pés no chão – acredito que seja por causa das asas!

Quer sensação mais maravilhosa do que borboletas no estômago?? Creio que não há... Aliás, elas dão colorido à vida, por isso é que vivemos, constantemente, em busca de mais e mais borboletas... No final das contas, são elas que fazem a vida seguir e a humanidade caminhar!

23 de setembro de 2009

Banheiro e outros lugares não tão afins

Tenho uma amiga que me contou que ela já chegou a um veredito, sobre um problema na vida dela, em plena escadaria da Praça da Assembléia.

Um colega de trabalho, parecidamente, me disse que tomou importante decisão após refletir bastante, estando nas escadas da Igreja São José.

Um amigo confidenciou que passou horas pensando na vida, refletindo sobre que rumo dar à sua existência, olhando o pôr do sol da Praça do Papa e tendo a cidade avermelhada aos seus pés.

Pensar na vida, tomar decisões, refletir... Atitudes que demandam sossego, espaço apropriado, tranqüilidade, solidão. Não há lugar pré determinado para tal. Cada pessoa faz o seu lugar, de acordo com a sua necessidade, possibilidade, ou personalidade. Pode ser o seu quarto, um lugar específico da cidade, uma igreja, uma cachoeira, ou até o seu banheiro.

Quer lugar melhor para refletir e pensar na vida do que o banheiro?
Para mim ele é perfeito para isso! É nele que eu definitivamente penso na vida. É só entrar lá e é batata! Os pensamentos, problemas do serviço, conversas que preciso ter, lembranças, momentos imaginários, ensaios de como falar aquele assunto delicado com aquela pessoa especial. Sim, eu falo sozinha, e muito, quando estou no banheiro. Acontece naturalmente. Eu não paro para pensar em fazer isso. Quando percebo, já perdi no mínimo uns 10 minutos só pensando na vida. Sempre me pego voando longe quando me dou conta de que o que tinha que ser feito ali dentro já tinha se finalizado... Não é à toa que, diferentemente da maioria, eu nunca consigo prender a atenção em leituras dentro do banheiro.

Deparei-me com um texto de um blog que costumo ler que tem tudo a ver comigo. Sem tirar nem por, é daquele jeitinho que eu me comporto dentro do banheiro. Claro que esses devaneios só ocorrem no banheiro da minha casa, não é? Ou no máximo da casa de gente muito íntima, e, às vezes, do meu trabalho, onde posso dizer que praticamente o banheiro é só para mim, já que apenas três mulheres o utilizam. Ou seja, havendo certo sossego e tempo hábil, lá estou eu a refletir dentro do banheiro.

Voltando ao texto que comentei, segue-o reproduzido abaixo. Autoria de Tatiana Lazzarotto.

“Algumas das melhores decisões da minha vida foram tomadas no banho. Parece uma coisa muito estranha para se dizer, mas é só com a água caindo sobre a minha cabeça que ela esfria. Não literalmente, porque eu só tomo banho morno. E é no processo de limpeza do corpo que eu clareio a mente. E vejo tudo mais clara+mente. Muita gente canta, mas no chuveiro eu preciso falar. Converso, tagarelo, falo sozinha até dizer chega. Desabafo, conto meus problemas ao box e à saboneteira, e assim espanto os meus fantasmas diários. Imagino soluções, ensaio contar histórias. (Na adolescência eram até tentativas de declaração de amor. Nunca concretizadas). Eu não sei qual é a mágica do banho, mas sinto que minhas melhores idéias nasceram ali. De inspirações a divagações e, mais recentemente, resoluções para a vida toda. Foi depois de um banho quente e demorado que eu decidi fazer vestibular para Letras, um dia antes do fim das inscrições. Depois de alguns banhos que tomei, que tomei (repetição proposital) a decisão de colocar um ponto final nos relacionamentos, e pingos nos “is” no que me incomodava. Depois de um banho eu decidi fazer aulas de italiano, e estou precisando de mais umas cinco chuveiradas de coragem para conseguir retomá-las. Quem dera se na vida tudo se resolvesse com água e espuma.
- Você aceita o emprego?
- Quer casar comigo?
- Podemos começar a plástica?
Espera só um pouquinho. Vou ali tomar um banho e já te digo."

28 de agosto de 2009

Eu Acredito em Amélia!

Na década de 60, um bando de mulheres loucas resolveu queimar seus sutiãs em praça pública para expressar a necessidade de mudança no papel da mulher na sociedade. Iniciaram o período em que prevaleceria a imagem da mulher masculinizada, necessária para a entrada no mercado de trabalho.

Mas... vem cá! Você, leitora, pediu isso para elas? Eu não pedi! Não autorizei que falassem por mim! Quem foi que disse para aquelas revoltadas que a gente queria trabalhar o dia inteiro nas empresas, não ter tempo para cuidar pessoalmente da casa, dos filhos, preparar o jantar do marido, nos permitir momentos de embelezamento... A gente tinha todo o tempo do mundo, para tudo, e me aparecem algumas dezenas de 'sem o que fazer' e jogam tudo pelo ralo!
.
Será que não daria para a gente ter uma profissão, mas ao mesmo tempo poder ser uma mulher bem mulherzinha, do tipo que pede ao marido para abrir a tampa do vidro de palmito, ler o manual da máquina de filmar, trocar a lâmpada queimada, instalar as luzinhas de Natal na varanda, levar o carro no mecânico?? Ah... confesso que tenho uma invejinha branca (isso existe?) das minhas avós! Era tudo tão bom no tempo delas! Elas passavam o dia a bordar, a trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos, temperos e remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos maridos, decorando a casa, plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando crianças, frequentando saraus. A vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária.

Em muitos dos meus dias, quando o relógio desperta, juro que eu queria poder levantar, mas para ficar em casa, cozinhar, ouvir música, cantarolar. Se tivesse filhos, gastar a manhã brincando com eles. Se tivesse cachorro, passear pelas redondezas. Tudo, menos sair da cama, engatar uma primeira e colocar o cérebro para funcionar dentro de uma empresa repleta de pepinos, colegas invejosos e chefe mal humorado! De que adiantou tanta conquista, se a melhor de todas, o companheiro, está cada vez mais difícil? A revolução feminina pode ter nos trazido algumas recompensas, mas provocou nos homens uma baita confusão quanto ao papel que eles desempenham na sociedade. Muitos deles fogem de nós como o diabo foge da cruz! Acredito que, bem lá no fundo, eles simplesmente queiram alguém para abrir a porta do carro, dar a vez no elevador, puxar a cadeira para assentar, mandar flores com cartões cheios de poesia.

Sempre tive a convicção de que o meu lado Amélia é fortíssimo! Desde sempre acreditei na instituição casamento e na possibilidade de ele ser feliz e enriquecedor. Imagino que eu possa dar conta do trabalho e também da vaidade, do marido e das rotinas domésticas. Como para tudo na vida, há que se ter um equilíbrio. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra! Mas um pouquinho a mais para o lado Amélia não faria mal nenhum. A essência da mulher é composta de zelo, sensibilidade e carinho. Às vezes, ser Amélia é necessário para dar o toque feminino na vida e nas relações.

Outro dia li uma matéria sobre A MULHER, O MERCADO DE TRABALHO E OS SEUS RELACIONAMENTOS. Veja o relato de uma das entrevistadas:
* Conversei com um ex e perguntei para ele: “O que eu tenho de errado? Por que eu não consigo levar uma relação adiante?” E ele respondeu: “Se não fosse pela sua independência, você seria perfeita para mim!!” Sabe o que isso quer dizer??????
Amélias estão com tudo!!...

21 de agosto de 2009

Reticências


“Certo dia, um jovem escritor foi até a sua professora lhe mostrar uma crônica para que ela desse a sua opinião.
Entre algumas correções, ela disse ao rapaz:
- Bem, até que está bom. Não é que você tem imaginação? Ou seria pura inspiração? Dessas coisas eu não entendo; a criatividade é um mistério. Mas posse lhe dizer que há o uso demasiado de reticências! Tantas assim não são necessárias!
- Se eu não posso usar tanto assim as reticências, como eu poderia explicar tudo por aqui, sobre o que a senhora pediu para eu escrever? As reticências fazem parte da vida, e delas não podemos fugir... eu, a senhora e a Língua Portuguesa!


(Texto adaptado – Fátima Abreu)


****************************************


“Outro dia vi você na rua, e pensei em algumas coisas...”

“Ontem arrumei as minhas fotos antigas nos álbuns e lembrei-me dos meus antigos desejos...”

“Vamos marcar uma saída?” Respondi: “Vamos nos manter em contato...”

“Você me perdoa pelo que eu lhe fiz?” E eu: “hoje eu não consigo, amanhã...”

Reticências! Já pararam para pensar em como esses três pontinhos conseguem nos dizer tanto, ou, conseguem criar inúmeras possibilidades de pensamentos?
Adoro reticências! Talvez até eu as use em excesso. Mas muitas vezes eu tenho tanto para dizer, e sinto que elas podem se expressar por mim.

Com certeza as reticências deixam incompletas as frases, dando a entender, no entanto, o sentido do que não se disse, e, às vezes, muito mais...
Elas indicam um pensamento ou ideia que ficou por terminar, e que transmite, por parte de quem exprime o conteúdo, a omissão de algo que podia ter sido escrito, mas que não foi.

Reticências nos remetem à continuidade... da vida, das pessoas e das coisas. Contidamente, continuamos. Esse pode ser um jeito de continuar, eficiente e cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência... Apenas em lançar no ar as possibilidades, sem se comprometer...



****************************************


17 de agosto de 2009

Inspiração

Há mais de um mês que não posto por aqui.
A inspiração fugiu. Nenhum acontecimento, pessoas, sonhos, desejos, nada tem me inspirado idéias e me feito brincar com as palavras.
Com certeza é uma fase; apenas uma fase de mente improdutiva. Espero que passe logo.
Enquanto isso, eu deixo um poema sobre a tal da Inspiração... para explicar a falta dela, tão recorrente nos meus últimos dias...!

Juliana


Há dias que espero

A minha inspiração…

Enquanto chega e não chega,

Estou de caneta na mão!

Acabo por desistir;

Quando quiser, voltará.

Vou guardar o caderno,

Esperar pelo amanhã!

Até que me dá um “clik”...

Lembro-me de algo ou alguém

Começo a escrever

Mal… mas sempre por bem!

E vou formando rimas

Que às veses não são ricas

Mas a escrever aprendo

Que as palavras são mágicas!

E num desencadear de rimas

Mais ou menos ricas,

Sinto que escrevo por prazer

Não para ser poeta!

(Adaptado do poema Inspiração - Autoria: Céci)

30 de junho de 2009

michael jackSÓn

Michael Jackson - You are not alone

Existem pessoas que caminham sozinhas, em determinado momento da vida;
Existem pessoas que são sempre sozinhas.
Estar só é até necessário, às vezes.
Mas ser só deve ser como não ver o sol banhando o mar em um dia de férias na praia,
como flores não nascerem na primavera,
como não ganhar beijo no dia dos namorados,
como plantar a semente e não vê-la germinar,
como esperar agrados e receber desprezo,
como sonhar com algo e não saber como alcançá-lo,
como vislumbrar a felicidade mas não conseguir encontrá-la.

Michael Jackson teve tudo para ser feliz, e não foi.
Quis ser outro, ter outro rosto, passou a clarear a pele, alisar os cabelos, afinar o nariz e assumir seu papel de metamorfose ambulante. Parecia querer dizer que ele podia ser o que quisesse. Provar algo para alguém? Para o pai, quem sabe, que sempre exigiu muito do menino Michael, sempre bateu, e apesar do sucesso e talento do filho, sempre o desprezou, dizendo que ele era feio. Palavras, essas, da irmã Latoya Jackson.

Michael Jackson, segundo psicólogos americanos, queria parecer diferente para voltar à infância infeliz e resgatar a criança que começou a morrer quando teve de integrar o conjunto musical de seus irmãos, Jackson Five. Essa regressão explicaria, em parte, sua suposta pedofilia e as inúmeras operações plásticas a que se submeteu para ser eternamente uma simulação de Peter Pan, o garoto que se recusou a crescer e acabou sozinho, vendo todos virarem adultos em sua Terra do Nunca. Ele não poderia ser um Peter Pan negro numa sociedade de Capitães Ganchos brancos. Suas biografias dizem que o pai era um tirano, que batia nas crianças e abusava dos filhos, obrigados a seguir a rígida conduta das Testemunhas de Jeová. Com uma infância dessas, não é difícil entender as razões que levaram Jackson a revelar a Oprah Winfrey sua vontade de vomitar todas as vezes que o via. Menos ainda que desejasse apagar os traços dessa infância indesejável e construir uma outra biografia, um outro ser, uma nova vida. Mesmo que fosse fictícia como a de Peter Pan.

Michael morreu em pedaços, irreconhecível até para ele mesmo. Esse freak que trocou o rosto de um menino negro pela máscara de um andrógino sem cor definida, sofria, segundo um analista, da nostalgia de algo desconhecido que não teve a oportunidade de experimentar na infância. Michael fez fama, fortuna, mudou a história da música, mas deixou a impressão de que, sempre foi, e morreu sozinho.

Fonte: Estadão

18 de junho de 2009

Alecrim Dourado

Ontem eu cheguei em casa e meu sobrinho, que tem 4 anos e meio, veio cantar para mim a música que tinha aprendido na escola:

Alecrim, alecrim dourado
que nasceu no campo
sem ser semeado.
“Alecrim, alecrim dourado
que nasceu no campo
sem ser semeado.
Foi meu amor,
que me disse assim,
que a flor do campo
é o alecrim
.”

Muito fofo!!!
Aí eu cantei com ele e ele perguntou: “como é que você sabe essa música, Juju?” E eu expliquei que tinha aprendido na escola também (há pelo menos 3 décadas atrás!). E elogiei-o, dizendo que ele estava cantando lindo demais.
Ele cantou e foi assistir desenho na TV.

Depois de um tempo eu fiquei achando meio estranho ele vir com a novidade da música porque eu tive a sensação de que ele já sabia cantar aquela melodia há algum tempo. Pelas minhas lembranças, o fato de ele cantar a música ontem, como que me mostrando algo novo, não fazia sentido.

Hoje pela manhã eu me lembrei dele cantando, e comecei a cantarolar a música, ficando com um sorriso no rosto e a imagem dele na mente.
De repente eu lembrei o porquê da minha sensação de que o meu sobrinho já havia cantado aquela música para mim. Não é que tinha sido ele. Tinha sido o meu irmão, por volta dos seus 5 ou 6 anos de idade (hoje ele tem 28), na sua época de jardim da infância. Incrível como aquela cena do meu sobrinho me parecia tão familiar, parecia que eu a tinha vivenciado há pouco tempo, e só então eu me dei conta de que cerca de 23 anos separavam aqueles dois momentos tão similares, mas que me pareceram ser o mesmo. Fiquei impressionada com aquele fato! Não parecia de jeito nenhum que tantos anos haviam se passado. Parei meu pensamento, fixei o olhar para o nada, daquele jeito que ficamos quando nem piscamos, e pude buscar nas cenas guardadas na lembrança aquele momento em que eu devia ter uns 13 anos, e que ouvi meu irmãozinho lindo cantando Alecrim Dourado, do jeitinho que o meu sobrinho tinha feito! E novamente eu me vi sorrindo...

Quando meu irmão cantou Alecrim Dourado pela primeira vez para minha irmã, minha avó, minha mãe e para mim, todas nós cantamos junto com ele, pois também tínhamos aprendido a música ainda na nossa infância. Musiquinha antiga, não é? E foi assim agora com meu sobrinho. E com certeza será da mesma maneira com meus filhos, ou os filhos do meu sobrinho. A vida, às vezes, é mesmo uma sucessão de acontecimentos repetitivos. Deve ser para fazer a gente assimilar bem as coisas, os significados, fixar os aprendizados e compreender melhor os valores, o que verdadeiramente importa!

No vídeo abaixo um menininho canta Alecrim Dourado. No Youtube há dezenas de vídeos do mesmo tipo, o que nos leva a concluir que a música é realmente bastante ensinada nas escolinhas!...

12 de junho de 2009

Figurinha Repetida


O primeiro chama no MSN,
conta novidades,
diz que vai pra longe,
e que sente saudade.
Me chama de “amor”,
e me pergunta se lá na outra cidade
Visitá-lo eu vou...

O segundo chama no MSN,
conta novidades,
diz que quer me ver
quando estiver na cidade.
Pois em seus pensamentos,
diante das expectativas frustradas,
O desejo ainda arde...

O terceiro envia e-mails,
há alguns meses já,
também expressando saudade
e vontade de perto estar.
Convida para um passeio
que dessa vez acontece,
e que até me enternece...


E tudo isso no mesmo dia! A vida é realmente repleta de encontros, desencontros e reencontros... Sempre nos surpreende.
Mas será?... Dizem que figurinha repetida não preenche álbum!
.
.
Aproveitando a data: Feliz Dia dos Namorados!... para quem tem um...

10 de junho de 2009

Hay que endurecerse, pero sim perder la ternura!

Impressionante como a gente recebe tantos e-mails e lemos tantas reportagens sobre como manter a forma, a saúde, o equilíbrio do corpo.
Mas convenhamos que às vezes o pessoal exagera. Se eu for levar tudo que leio sobre esse assunto ao pé da letra, posso deitar no caixão e esperar a morte, porque tudo que se come hoje em dia faz mal, e se você não faz peeling de cristal, massagem, tratamento ortomolecular, academia ou botox, pode desistir: você está fadado a ter uma terceira idade repleta de rugas, dores nas juntas e desânimo. Será?

Acho engraçado quando vejo o excesso de cultura ao físico e até à saúde. Tudo em exagero vira pecado. Já li que leite demais faz mal, e que até água demais não faz bem para o organismo. Café não pode, prefira o chá. Mas com cautela porque chá também tem cafeína, ainda que em menor proporção. Tome então sucos, mas com adoçantes. Adoçantes à base de stevia ou aspartame? Dizem os entendidos que o aspartame é de longe a susbstância mais danosa em comércio que vem adicionada em muitos alimentos, uma vêz que é obtido artificialmente em laboratório. Já a stevia é obtida de um pequeno arbusto, de origem paraguaia (no bom sentido), que tem extraordinária capacidade adoçante. Qual a verdade? Segundo médicos da medicina ortomolecular nenhum adoçante é recomendado. Na dúvida, prefira o açúcar. Mas o cristal; o refinado é um veneno para a sua saúde! Sua última escolha? Use açúcar mascavo! Pronto! Você conseguiu adoçar seu suco sem causar maiores danos ao seu “corpitcho”. Assim você espera, não é mesmo?

Sabe-se também que carne vermelha não faz bem para a saúde. Nem frango, a não ser que seja frango caipira. Esses frangos que você vê por aí são como pintos crescidos à base de fermento. Não adicionam nada de bom para seu organismo. Um consenso: fique com os peixes. E ensine ao seu estômago que as outras carnes não fazem bem a você. Ele acaba aprendendo.

Antigamente as pessoas não tinham nenhuma dessas descobertas modernas da medicina e da tecnologia. Envelhecia-se muito bem comendo tudo que se tivesse vontade, curtindo cada ruga que pudesse aparecer com a idade. O importante era ser feliz, realizado, ter família e amigos por perto! É claro que não estou aqui dizendo para não cuidarmos da saúde. Mas é preciso que não procuremos problema! Envelhecer é inevitável. Então, envelheçamos felizes, nos cuidando, mas sem neuras. Há que nos cuidarmos, mas sem perder o juízo!

Recebi um e-mail bem bacana – o qual reproduzo abaixo e cuja autoria desconheço - que explora um pouco esse lado da preocupação em excesso com a saúde e a beleza. Espero que curtam a leitura!


Minha ida ao dermatologista


"Visita de rotina aos médicos. Todo ano a mesma peregrinação. Mastologista, ginecologista, oftalmologista, dentista... Mas um dia, resolvi incluir um ISTA novo na minha odisséia...um DERMATOLOGISTA. Já era hora de procurar uns creminhos mágicos para tentar retardar ao máximo as marcas da inevitável entrada nos ENTA. Para ser sincera e nem um pouco modesta, entrei gloriosa nesta fase. Com direito a uma festa memorável, que durou até as 10 horas da manhã do dia seguinte. Festa com música ao vivo, Los Años Dorados, na melhor boate da cidade, todos os amigos, fotografias... tudo maravilhoso. Na verdade, sentia-me espetacular. Tudo certo. Ninguém podia cantar para mim a ridí­cula frase da Calcanhoto: 'nada ficou no lugar...'

Mas não sei o que deu no espelho lá de casa, que resolveu, do dia para a noite, tomar ares de conto de fadas. Aliás, de bruxas. E mostrar coisinhas que nunca haviam aparecido. Ou eu não havia notado? Pontinhos azuis nos tornozelos, pintinhas negras no colo, nos braços, bolinhas vermelhas na bunda... olheiras mais profundas. Como assim??? Assim... sem avisar nem nada? De repente, o idiota resolveu mostrar e pronto. Ah, não! Isso não vai ficar assim. ISTA novo na lista do convênio. O melhor. Queria o melhor especialista de todos os ISTAS! Achei. Marquei. E fui tão nervosa quanto para um encontro 'bem intencionado' daqueles em que a gente escolhe a roupa íntima com cuidado, que é para não fazer feio, nem parecer que foi uma escolha proposital... Sabe como é, né?

Pois sim. O sujeito era um dermatologista famoso. Via e futucava a pele de toda a nata feminina e masculina da cidade. Assim, me armei de humildade. Disposta a mostrar cada defeitinho novo que estava me observando através do maquiavélico e ex-amigo espelho do meu quarto. Depois de fazer uma ficha com meus dados, o 'doutor' me olhou, finalmente nos olhos, e perguntou: 'O que lhe trouxe aqui?' Fiquei vermelha como um tomate. E muda. Ele sorriu e esperou. Quase de olhos fechados, desfiei minhas queixas. Ele observou 'in loco' cada uma delas, com uma luz de 200wtz e uma lupa, e começou o seu diagnóstico.

- As pintinhas são sinais de sol, por todo o sol que você já tomou na vida. Com a idade (tóiin!) elas vão aparecendo, cada vez mais numerosas. Vai precisar de um protetor solar para sair de casa pela manhã, mesmo sem ir à praia. Mesmo para dirigir. Braços, pernas, rosto e pescoço. E praia, evite. Só de 6 às 10 da manhã, sob proteção máxima, guarda sol, óculos e chapéu. Bronzear-se, nunca mais.

- Ahammm... (a turma só chega na praia às 11:00!!!!)

- Os pontinhos azuis são pequenos vasos que não suportam a pressão do corpo sobre os saltos altos. Evite-os! Sapatos só com salto anabela ou baixos de preferência. Compre uma meia elástica, Kendall, para quando tiver que usar os saltos altos.

- Ahammm... (Kendall??? e as minhas preciosas sandalinhas???)

- As bolinhas na bunda são normais, por causa do calor. Para evitá-las use mais saias que calças. Evite o jeans e as calcinhas de lycra. As de algodão puro são as melhores e as mais folgadas.

- Ahammmm... (e pude 'ver' as da minha mãe, enormes, na cintura, de florzinhas cor de rosa... vou chorar!)

- As olheiras são de família. Não há muito o que fazer. Use esse creminho à noite, antes de dormir e procure não dormir tarde. Alimentação leve, com muita fruta e verdura, pouca carne e muito peixe. Nada de tabaco, nem álcool, nem café.

E a histérica aqui­ começou a rir (em pensamento...). Agradeci, peguei suas receitinhas, e saí­ rindo, rindo... me dobrando de tanto rir! No carro comecei a falar sozinha tudo o que deveria ter dito ao doutor e não disse: ' Trabalho muito doutor... muitas noites vou dormir às 2h, escrevendo e lendo. Bebo e fumo. Tomo café. Saio pelas noites de boemia com os amigos e os violões para as serenatas de lua cheia... e que noites!!!! Adoro os saltos, principalmente nas sandálias fininhas. Impossível a meia elástica (argh!!). Calcinhas de algodão? E folgadas??? Adoro as justinhas e rendadas. E não abandono meu jeans nem sob ameaça de morte!!! É meu melhor amigo!!!!Dormir lambuzada? Neste calor? E minhas duchas frias com sabonete Johnson para ficar fresquinha como um bebê, a cada noite? E nada de praia??? O senhor está louco, é???? Endoideceu, foi??? Moro no Rio de Janeiro, com esse mar, esse sol, e tudo mais... e tenho só 40 anos... meia vida inteira pela frente!!! Doutor Fulustreco, na minha idade não vou viver como se tivesse feito trinta anos em um!!! Até um dia desses tinha 39... e agora em vez de 40 estou fazendo 70??? Inclua aí­ na sua lista de remédios para as de 40 a 70, a MEIA LUZ... Acho que é só disso que eu preciso. Um bom abajour com uma luz de15wts... E um namorado que use óculos... É isso... só isso!!! Entendeu????'

Parei no sinal e olhei de lado... e um garoto de uns 25 anos piscou o olho para mim. Ah... e ele nem usava óculos!

Nunca fiz o que me recomendou o fulustreco ISTA... Minhas olheiras são parte de meu charme. E valem o que faço pelas noites a dentro... ah, se valem! As bolinhas da bunda desapareceram com uma solução caseira de vitamina A, que quase todas as mulheres usavam e eu não sabia, até que contei minha historinha do 'bruxo mau'. Os sinaizinhos estão aqui, sem grandes alardes, e até que já os acho bonitinhos. O espelho é muito menor... o outro, eu dei para a minha sobrinha. E meu namorado diz que estou cada dia mais linda! Principalmente quando estou de saltos e rendas, disposta a encarar uma noite de vinhos e música. É claro que ele usa óculos! Mas quando quero ficar fatal, tiro os seus óculos... e acendo o abajour!"


Não valorize tanto o que dizem os ISTAS; só na medida certa! E seja feliz!

5 de junho de 2009

Fofoletes

Hoje estou nostálgica. Estou mais que o normal, porque naturalmente eu sou, né?
Lembranças saudosistas estão sempre pipocando em meus pensamentos. Despertam em mim uma vontade de ter todas as pessoas de outrora por perto, de vivenciar outra vez os acontecimentos especiais. Saudade? É mais que isso. A nostalgia é saudade triplicada das sensações boas que a gente possa ter vivido e que não se pode mais viver.
Saudade pode ser “matada”: saudade de um amigo, saudade de um lugar, saudade de ter férias. Nostalgia, não. Aliás, já escrevi sobre nostalgia aqui no blog. “Nostalgia é muito mais dolorido que saudade. Ela pressupõe amigos que morrem; pessoas amadas que desaparecem; filhas que crescem e já não são como eram em pequeninas. É a experiência imprescritível da perda.” (Osvaldo Manuel Silvestre).

Essa noite sonhei com algo que está me fazendo passar o dia assim, nostálgica. Sonhei que tinha encontrado uma caixa repleta daquelas bonequinhas que eram sucesso na década de 80, as Fofoletes. Eu adorava as Fofoletes e tive algumas delas. Elas vinham em uma caixinha parecida com caixa de fósforos. Bochechudas, viraram sensação naquela época. Li reportagem dizendo que até hoje são feitas novas coleções, apesar de eu nunca mais ter visto nenhuma em lojas ou nas brincadeiras das meninas de hoje em dia.
E o sonho me fez lembrar de tantas coisas... do Mirabel na hora do lanche, da bala Banda, do pirulito Campeão, da caneta de várias cores que tinham cheirinho de fruta, do relógio que trocava pulseiras coloridas, do chicletes Ping Pong que vinha com figurinhas de raspar com a unha, do batom Boka Loka, do tênis Panda, da mochila da Company, do refrigerante Grapette, do picolé Fura Bolo, do jogo Gênius. Poderia encher páginas e mais páginas com essas lembranças!

Que pena que eu não guardei as minhas Fofoletes! Hoje eu ia adorar tê-las por perto, poder senti-las novamente em minhas mãos, e enfileirá-las na minha cama como eu fazia quando criança, formando uma fila colorida com aquelas pequenas fofinhas... Percebeu o que é nostalgia?

21 de maio de 2009

Coisas de avó

Minha avózinha em mai/05 - Teríamos apenas mais um ano da convivência com ela
.
Pelo menos nove entre dez pessoas tem recordações nostálgicas de avó. Eu me incluo entre essas.
A casa da minha avó era como um mundo de fantasias. Lugar onde meus irmãos e eu podíamos tudo, ganhávamos muitos mimos, comíamos todos os doces e chocolates que não podíamos comer em casa, andávamos de pé no chão – algo que minha mãe não deixava fazer – víamos os programas preferidos na TV, éramos crianças felizes no mais literal sentido que isso possa ser.

A minha avó era branquinha, gordinha e vaidosa. Pintava o cabelo ora de louro, ora com aquela cor de fogo que na época eu achava bem esquisito. Não tinha palavra ou atitude de negação com os netos. Era doce e sempre inventava brincadeiras com a gente. Comprava cana de açúcar e nós passávamos a tarde inteira assentados na área, mastigando a planta para sentir aquele caldinho doce na boca, e morríamos de rir das pessoas que tinham gastura daquilo! Aí é que a gente mastigava ainda mais! Ela fazia canudinhos com bambu e ficávamos soltando bolhas de sabão enquanto a tarde caía silenciosa. Ela brincava com a gente de passar anel, e eu adorava sentir aquelas mãos gordinhas e macias passar por entre as minhas, e ficava boquiaberta em ver como ela conseguia soltar o anel sem que a gente percebesse em quais mãos! Íamos passear na pracinha do cemitério, e ela sempre contava mil histórias de assombração, e aí, quem disse que a gente dormia naquele quarto que não entrava uma frestinha de luz? Ela gostava do breu para dormir... e então ela falava que as histórias eram todas inventadas, para a gente se acalmar e pegar no sono. Ela sempre dava um dinheirinho pra gente comprar o que quisesse no cinema: nas temporadas de férias, o meu tio sempre levava a gente para assistir ao lançamento d’Os Trapalhões. A gente curtia demais! Era milk shake de chocolate antes e depois da sessão! E perdi as contas de quantas amarelinhas eu pulei na área da casa da vovó. Ela sempre arrumava giz para a gente riscar maré no chão de cimento da área, e ficava lá apreciando a gente brincar, com aquele sorriso tranqüilo no rosto. Era tão imprescindível a companhia dela!

Lembro-me de uma vez estar na casa da minha avó quando começou uma tempestade. O dia virou noite, a luz acabou, o vento uivava, fechamos todas as janelas e ficamos na sala esperando o tempo acalmar, debaixo de cobertores super, hiper, mega, maxi quentes que eu só encontrava na casa da vovó. Minha avó começou a cantar o refrão de uma música da Clara Nunes, uma vez atrás da outra, sem parar, e disse que era para ajudar o tempo a passar. A letra era assim: “Eu vi chover, eu vi relampear, mas mesmo assim o céu estava azul, Samborê, Pemba, Folha de Jurema, Oxóssi reina de norte a sul...” Nunca soube (não perguntei na época) o que significava todos esses nomes com sotaque de umbanda, mas ela cantou tanto que eu aprendi e nunca mais me esqueci... Impressionante... Há momentos que ficam para sempre na nossa memória! Momentos meio mágicos...

Passávamos metade das férias na casa da minha avó. Em um desses períodos tive catapora, e acho que foi a catapora mais bem cuidada que alguém podia ter! Mimos, cuidados, alimentação saudável, frutas, suquinho na cama... a única coisa ruim foi que mesmo estando na casa da vovó não consegui me livrar daquele remédio roxo bizarro que não me lembro o nome, que era bom para secar as feridas da catapora. Mas vovó me dizia que era para eu sarar logo, e eu aceitei de bom grado porque acreditava nela, claro!

As férias lá eram sempre aguardadas com ansiedade! Podíamos nem fazer nada demais, mas só de estar na companhia dela valia à pena! Ela contava muitos causos, contava em como tinha sido bom ser jovem nos anos 30, como ela tinha “fugidio” de casa para ficar com meu avô (que era negro), como tinha sido difícil a vida de casada, quando que ela mesma cortava lenha para o fogão, contava sobre como o meu pai e o meu avô saíam de casa, medrosos, quando ela ia matar galinha para fazer a comida. E tantos outros casos que nós ficávamos a saborear, ouvindo tudo com interesse, e achando engraçada a maneira como ela sempre terminava as frases, dizendo um “sá?”, querendo dizer “sabe?”. Ouvir os causos dela era tipo assim... uma viagem, sá? Eles eram histórias que faziam a gente sonhar acordado, viajar no imaginário, e sempre tirar alguma lição.

Quantas vezes nos últimos anos eu sonhei acordada lembrando-me da minha eterna infância na casa da minha avó! Mas o bom é saber que o convívio com ela foi intenso, longo e saudável! Mais risos que tristezas. Muito mais risos, diga-se de passagem. Avó é mãe ao quadrado, e com o triplo de tempo para despender. Nas minhas andanças pela internet encontrei um texto de uma menina de oito anos, cujo nome não foi citado no artigo que li, sobre o significado de avó. Achei sublime! Avô e avó têm muita importância na educação das crianças, é tarefa de um caráter puro. Eis o texto:
Definição de Avó
“Uma Avó é uma mulher que não tem filhos, por isso gosta dos filhos dos outros. As Avós não têm nada para fazer, é só estarem ali. Quando nos levam a passear, andam devagar e não pisam as flores bonitas nem as lagartas. Nunca dizem 'Despacha-te!'. Normalmente são gordas, mas mesmo assim conseguem apertar-nos os sapatos.
Sabem sempre que a gente quer mais uma fatia de bolo ou uma fatia maior. As Avós usam óculos e às vezes até conseguem tirar os dentes. Quando nos contam histórias, nunca saltam pedaços e nunca se importam de contar a mesma história várias vezes.
As Avós são as únicas pessoas grandes que têm sempre tempo. Não são tão fracas como dizem, apesar de morrerem mais vezes do que nós. Todos nós devemos fazer o possível por ter uma Avó, sobretudo se não tiver Televisão”.
Não preciso dizer mais nada! Somente que no próximo dia 25 estará fazendo três anos que minha avozinha querida foi morar no céu...
Sempre te amei muito, vó! Saudade imensa!!!

20 de maio de 2009

13 de maio de 2009

Amor da minha vida

"Talvez eu já tenha conhecido o amor da minha vida. Foi de uma maneira inesperada e acabou da mesma forma. Não sei se acontece com vocês, mas acho que amores de nossas vidas deixam rastros demais, além do que queremos e podemos. E é nesses rastros que nos apegamos e muitas vezes nos boicotamos quando não deixamos que eles se apaguem com o tempo.

O suposto amor da minha vida é um homem bom. É inteligente, gosta de boa música, é engraçado. Nos demos muito bem enquanto estava tudo bem. Mas nos primeiros obstáculos o amor da minha vida virou o problema da minha vida. Sei que foi recíproco. “Seus mistérios me perturbam e minha clareza o ofusca.” Enquanto ele tentava fazer o melhor que podia, eu tentava fazer o melhor que podia, mas o meu melhor era diferente do dele. Não menos ou mais importante, mas diferente. Eu me irritava com suas atitudes omissas e ele com minhas palavras desmedidas. Não sabia o que se passava com ele e ele sabia de mim mais do que deveria ou que queria saber.

Terminamos de uma maneira nada agradável. Eu e o suposto amor da minha vida não temos idas e vindas, só chegada e partida. Não sei se teremos volta. Só que acreditei que seria para toda vida. Nem sei se estava enganada, pois afinal não tenho como prever o destino, mas sei que agora não há espaço para ele em minha vida e eu não faço mais parte dos seus planos. É difícil admitir, mas é verdade. Não digo que não possa ser ele, nunca disse. Mas, e se não for? Por isso também digo que não posso esperá-lo. Se for, será em outras circunstâncias, em outro dia, em outro lugar. Confesso que já passou pela minha cabeça a idéia de esperá-lo. Esperar o dia em que ele acordasse, mudasse radicalmente e percebesse que realmente quer que seja pra sempre.
Não posso deixá-lo ocupar o lugar de amor da minha vida, pois esse lugar tem que estar reservado para o meu amor para toda vida. O amor para toda vida talvez seja o homem que, no fundo, todas nós esperamos. Ele terá qualidades que gostamos, defeitos, mas principalmente, fará com que nos sintamos seguras. Então de forma alguma poderia interditar o lugar de amor da minha vida, para construir uma casa de ilusões que não tem base para ser sustentada. Não posso deixar que meu amor para toda vida bata e encontre o lugar para se aconchegar ocupado pelo amor da minha vida. E se no fim de tudo eu me der conta que o suposto amor da minha vida, é quem vai ocupar esse lugar, não será eu que o direi. Ele encontrará o caminho sozinho. Enquanto isso, o lugar de amor da minha vida estará vago, a procura de alguém que o preencha de maneira definitiva.

A verdade é que continuo gostando do seu jeito, acho que ele me admira, mas não conseguimos ficar meia hora sem discutir, sobre a crise americana, a alta do dólar, tudo é motivo. Somos diferentes, traçamos caminhos diferentes, e não há nada que possa nos unir pelo menos por agora. E apesar de toda minha convicção, tento fazer com que aos poucos meu coração entenda e aceite isso."

(Maitê Proença - Texto adaptado)


Maitê está certíssima. Chega uma hora em que temos que dar basta ao amor de nossas vidas. Chega de ficar achando que se não terminássemos, se não discutíssemos, se não houvesse distância em todos os aspectos poderia ser diferente, poderia ser o nosso amor para toda a vida. Não poderia, e é justamente por isso que não dá certo.
Nessa hora temos que sacudir a poeira e seguir em frente, sem olhar para trás! Não querer mais saber sobre a pessoa, sobre sua opinião e sobre o que sente. Querer saber de si mesmo. Querer cuidar do seu lugar, e quero enchê-lo de flores. Querer sorrisos e calmarias. Querer alguém que te queira tanto quanto você, e que nunca queira partir. Querer o seu amor para toda vida no lugar do amor da sua vida.

7 de maio de 2009

Os Nomes dos Meus Filhos

Não, eu não estou grávida!
Não, eu também não tenho filhos!
Mas outro dia eu conheci uma mulher que estava me contando sobre a vida dela e sobre os seus filhos, e então ela me revelou os nomes dos seus quatro meninos: Wellington, Wesleyton, Washington e Willerson. Cá pra nós, quanta falta de criatividade! Mas... gosto é gosto e não se discute! Não questiono os nomes em si, mas sim a similaridade sonora. Detesto isso. Sempre detestei! Na minha casa eu já não acho tão legal, e olha que lá é só a terminação “ana" que é repetida, e só por duas vezes: Juliana e Giovana. Agora começar os nomes de quatro filhos com a mesma letra, e terminar com a mesma formação, como “on” no exemplo citado, acho que é um pouco de falta de bom senso. Isso é a minha opinião, claro!

Tenho pensado muito nos possíveis nomes dos meus prováveis filhos. E por isso ando reparando nos nomes que ouço por aí. Não sei explicar o porquê dessa minha “preocupação” repentina. Vai ver é o meu inconsciente que está sendo cutucado pelo relógio biológico, pois já estou na idade onde a curva da fertilidade se encontra em declínio.

Andei pesquisando na internet e encontrei algumas matérias sobre nomes estranhos que foram encontrados registrados em cartórios de todo o Brasil. A lista é infinita e de doer qualquer bom ouvido de pessoa de bom gosto. Como alguns poucos exemplos, cito Adalgamir, Clarisbadeu, Darcília, Heubler, Lynildes, Reymar, Katrine. Sem comentários!

Outra mania que algumas pessoas tem é de inventar nomes compostos. Alguns nomes compostos são tradicionais, como Ana Paula e Luiz Otávio. Outros, nem tanto, mas acabam combinando quanto ao aspecto sonoro, como João Marcelo, Maria Laura e Luiz Oswaldo. Mas tem gente que tem mania de inventar moda demais, e os pobres coitados dos filhos que padecerão pela vida afora. Tive uma colega de trabalho que queria colocar o nome na filha de Maísa. Só que o marido dela queria que a rebenta se chamasse Carolina. Adivinha? Bingo! A menina veio ao mundo, linda, mas com um nome que não se pode dizer o mesmo: Maísa Carolina. Há outros do tipo, como Paula Jéssica, Carla Emanuele, Paulo Rodrigo ou Luiz Eustáquio.

Mas como já comentei, gosto é algo bem particular, e quando as pessoas me falam os nomes escolhidos para os filhos, eu elogio, se gosto, ou não faço comentário algum, se não me agrada. Palpites, só se me pedirem.

Discorri sobre nomes só para dizer que já há algum tempo tenho pré escolhido (se é que existe esse termo), os nomes dos filhos que eu ainda sonho e pretendo ter. Claro que ainda vai pesar a escolha do marido, se este houver, porque vai saber, não é mesmo? A essa altura do campeonato, não descarto a possibilidade de uma produção independente (por vias normais ou fertilização) ou de uma adoção. Depois dos 35 e sem uma relação séria engatada, há que se considerar todas as possibilidades. Mas essa opção não seria a ideal. Sou meio Amélia, sinto que nasci, apesar de estarmos no século XXI, para ser também “do lar”. Acredito e valorizo a instituição casamento, e sempre sonhei em ter o meu maridinho, com a nossa casinha e os nossos filhinhos para cuidarmos. Utopia? Penso que não... Ainda acredito que possa acontecer. Ainda tenho uns quatro anos pela frente para me decidir sobre isso.

Mas... gente do céu! Dei tantas voltas só para dizer que há dois nomes que tenho vontade de colocar nos meus filhos, se um dia eu os tiver. Detalhe: Papai do Céu bem que podia me abençoar com gêmeos, um casal! Eu ia amar! E olha que há essa possibilidade, já que meu pai tem irmãos gêmeos, ou seja, minha avó teve, meu pai não, e eu, como a tendência é saltar uma geração, posso vir a ter. Amém! Ok, vou contar os nomes escolhidos. Você pode até não gostar, é seu direito, gosto é gosto, lembra? Por isso mesmo eu não ligo se você criticar a minha escolha. Está tudo certo de qualquer maneira. O nome da menina seria Manuela, que seria chamada de Manu, apelido que eu acho super lindo de se ouvir! E o nome do menino seria um nome mais incomum, mas que eu considero ter um apelido char-mo-zér-ri-mo! Principalmente considerando a pessoa já adulta: Gregório! Quer coisa mais charmosa do que um rapaz sendo chamado de Greg?? Adoro a sonoridade de “Greg”!! Adoro demais!

Eu já passei por várias escolhas diferentes para os nomes dos meus filhos, ao longo da vida. Quando se namora, e se brinca com o namorado de escolher os nomes dos herdeiros, em cada fase da vida, com cada namorado, você pode escolher um ou outro nome. Mas Manuela e Gregório eu sinto que serão realmente os nomes dos meus filhos. Talvez porque eu tenha escolhido sozinha, depois de muito analisar nomes, sem palpite de homem nenhum, e em um momento de maturidade biológica... Rs...

Estão aí os nomes! Se alguém gostou, e, principalmente, se alguma prima ou amiga gostou, tudo bem, pode colocar nos seus filhos também. Mas se vocês tiverem a prole antes de mim, só não vai valer dizer que eu imitei vocês! Está aí o texto publicado, como prova a meu favor! E viva a liberdade de escolha!
.
P.S: Gosto muito também de Cecília, que acaba virando Ciça. Gracinha tb.... :)
.
.
E como o assunto tem tudo a ver, desejo a todas as MÃES, e principalmente à minha, um DIA DAS MÃES especial ao lado de nós, os filhos. Que vocês sejam sempre essas critauras quase sobrenaturais, que adivinham tudo que se passa com a gente, tudo que a gente sente, e são sempre capazes de viver uma vida em função da nossa felicidade! Sem reclamar! Mãe é pura doação! Parabéns pelo dia de vocês!

5 de maio de 2009

Gripe Suína não!!!!

A reportagem da revista Época dessa semana é boa e esclarecedora. Precisamos realmente ficar atentos ao avanço da doença e à maneira de nos precavermos quanto à sua contaminação. Mas, cuidado! Escrevi um e-mail para a redação da revista no sentido de chamar a atenção da mesma para a infeliz escolha do título da capa. É inconcebível que uma revista do porte de Época ainda publique notícia sobre o vírus da gripe que circula atualmente, e que teve seu início no México, como sendo GRIPE SUÍNA.
A própria OMS alterou a denominação para Influenza A (H1N1), de maneira a não prejudicar a indústria de produtores e exportadores de carne suína, a qual, caso seja consumida, em nada contribui para a transmissão do vírus da gripe.

Infeliz também foi a idéia da ilustração com um porco. O animal apenas foi um meio utilizado por três vírus diferentes para formar uma nova cepa de um vírus nunca visto antes. O novo vírus da gripe contém material genético típico de vírus humanos, aviários e suínos, incluindo elementos de vírus suínos europeus e asiáticos. Essa nova cepa não tem infectado porcos e nunca foi vista nos mesmos. A ameaça é a transmissão de pessoa a pessoa. Que os leigos falem em gripe suína, é aceitável. Mas um importante veículo de comunicação, como Época, não poderia cometer essa falha.

28 de abril de 2009

A Escolha É Delas

As fêmeas de certo tipo de lagarto encontrado na Califórnia, escolhem para procriar os machos maiores e donos dos melhore territórios. Os machos mais fortes vivem em territórios com mais rochas, que proporcionam melhores esconderijos para se esconderem dos predadores e também mais possibilidades para se aquecerem ao sol, “lagarteando” em cima das rochas, ou para se resfriarem à sombra atrás das pilhas de pedras. Pedras lisas para tomar sol, com boa visão do terreno à volta, boa sombra e um macho vistoso tomando conta, são irresistíveis para as fêmeas. Espertinhas, heim?! Cobras, principais predadores dos lagartos, aparecem mais nos terrenos piores, onde estão os lagartos menores e mais fracos.
.
Cientistas ingleses desocupados descobriram que é a fêmea do camundongo que escolhe o macho. A escolha se dá a partir do cheiro dele. Através do odor dos possíveis parceiros, a camundonga consegue analisar qual deles é geneticamente privilegiado. Tudo ótimo. O problema é se um dia as camundongas evoluírem, passando a escolher pelo cheiro do dinheiro, cartão de crédito ou carro importado.

O galo-da-serra é um pássaro do norte e noroeste da América do Sul. Vive sob as árvores altas, perto dos rios, e deixa este território somente na época da procriação, para encontrar seu par. O ritual para a escolha dos pares é um espetáculo extraordinário. Os galos-da-serra, ajudados pelas fêmeas, preparam um círculo de dança, limpando uma superfície plana que vai servir de palco. Em seguida, os machos vão se empoleirar nas árvores ao redor, enquanto as fêmeas agrupam-se em torno do palco. De repente um dos machos voa para o chão e executa uma dança estranha: abre as asas e vira a cabeça de um lado para o outro, bate os pés com força no chão e pula para cima e para baixo. Quando está exausto, dá um grito característico, realiza a cena mais uma vez e volta ao galho. Um outro galo-da-serra toma o seu lugar no palco e o espetáculo continua até que todos os machos do bando tenham se apresentado. Quando termina a exibição, cada fêmea escolhe o companheiro pela dança que mais lhe agradou.

Processo parecido ocorre com o Marreco de olhos Dourados. A fêmea escolhe o macho que mais balança o pescoço no ritual da paquera.

Em várias espécies de aves o macho é escolhido pelo ninho que constrói, pela cor da plumagem ou pelo canto.

Nos anfíbios, o objetivo do coaxar é atrair um parceiro para o acasalamento. Somente os machos coaxam - as fêmeas são mudas (acho que os machos humanos adorariam isso na nossa espécie). Algumas espécies apresentam dois coaxares diferentes: um nupcial para atrair uma fêmea; outro para advertir um macho rival, no caso dele estar muito próximo. A fêmea escolhe o macho que coaxa mais forte e mais intensamente.

Resumindo, por mais que os machos lutem entre si, quem de fato faz a escolha na maioria das vezes é a fêmea. Com a raça humana também é assim: a mulher sempre escolhe. O homem sempre é escolhido. Aliás, mulher adora esse verbo: "escolher". Mulher e seletividade são duas coisas muito próximas. A mulher quando quer "ser escolhida", cortejada, ela própria cria as condições necessárias. Mulheres adoram as palavras. Então, quando a mulher gosta do camarada, ela o presenteia com diálogos, quer seja com a boca, quer seja com os olhos. Em determinadas circunstâncias, pode haver jogos, estratégias femininas, onde o homem não percebe isso. E normalmente, quando o sujeito se vê envolvido pelo interagir verbalmente feminino, ele foi o escolhido. E, definitivamente, não escolheu.

É assim que funciona, rapaziada! Está aí a ciência que não me deixa mentir!

19 de março de 2009

Bolo Indigesto

Combinei de sair com um amigo que já conheço há quase um ano. Já almoçamos muitas vezes, e ele é um amigo querido, mas sempre ficaram uns assuntos nas entrelinhas. Se é que você me entende... Rs... Ele combinou de me pegar às 18h, logo depois do serviço.

No meio da tarde, ele mandou um torpedo dizendo que iria à Lavras, visitar um cliente. Como já eram 15h, talvez ele fosse se atrasar. Prometeu me ligar antes das 18h. Deu 18h, 18h30, 18h45... e eu, boba, fiquei esperando por um sinal de fumaça. É que nessas horas a gente pensa: "a reunião deve ter atrasado", "o trânsito deve estar ruim", "se ele não ligou desmarcando é porque ainda deve vir" etc. Quanta inocência, pra não dizer burrice...

Puta, eu enviei um torpedo: "E aí?". E ele nada. Depois de uns 10 minutos enviei outro: "Não acredito que você não vai dar sinal de vida e me deixar esperando sem notícias. Isso não combina com você. Ainda estou no escritório". E ele... nada. Eu liguei. Ele não atendeu. E logo depois mandou um torpedo dizendo que estava na estrada. Como achei a resposta meio evasiva, respondi: "Mas você vem me encontrar ainda?"

Já passava das 19h e ele respondeu: "acho que vou chegar mais tarde. Pode ir pra casa que eu te ligo e te pego lá". Fiquei PUTA da vida, mas fui embora, sabendo que ele não ia ligar. E não ligou mesmo!!

Poxa, por que os homens (claro, não vou generalizar) adoram dar o bolo nas mulheres? E olha que no meu caso foi o mocinho que ligou querendo sair. Ele podia ter todos os motivos do mundo para ter desistido do encontro, mas custava desmarcar? Ligar e dizer que não ia dar pra encontrar mais? Eu poderia até ficar chateada, mas pelo menos não ia ficar esperando que nem uma trouxa! O pior é que eu o adoro, sempre nos demos bem, ele sempre se mostrou carinhoso, sempre me ouviu, deu conselhos... um amigão. Eu fiquei decepcionadíssima. Deixar alguém esperando sem dar notícias, dar bolo nas pessoas, poxa, eu considero o cúmulo da cafajestice, falta de respeito e falta de consideração! Total falta de cavalheirismo!! E posso confessar? Foi o segundo bolo que levei no último ano! Todos dessa mesma maneira, eu esperando no escritório, e os palhaços (ou será eu a palhaça?) nem aí pra mim. Isso é típico de homem escroto!

Desabafando com uns amigos, eles me deram alguns conselhos:

Nº 1: Quer evitar a espera? Se o cara valer a pena, mande o machismo para o quinto dos infernos e tome as rédeas da situação. Como? Simples: use o seu olhar (ou voz) mais charmoso e diga ao pretendente "eu pego você às 20h. Esteja pronto, porque eu detesto esperar". O vagabundo vai sentir que está diante de uma mulher de atitude. Homem é um bicho que se sente instigado por fêmeas dominadoras. Se o cara não tiver bala na agulha, vai tirar o time de campo.

Nº 2: Primeiro mole que uma mulher não pode dar – A coisa está feia em BH. A explosão demográfica feminina é astronômica e a mão-de-obra masculina não está conseguindo administrar tamanha oferta. Mas, ainda assim valorize o seu passe. Por mais irritante que seja tomar um bolo (ou dois), não acuse o golpe. Morda-se de raiva, mas mantenha a classe e a superioridade. Não ligue! Certamente o cara vai ficar com a pulga atrás da orelha, achando que você “cagou” por ele não ter aparecido. Quem perdeu foi ele.
.
Nº 3: Segundo mole que uma mulher não pode dar – Essa história teve torpedos demais. Parecia uma batalha do Pacífico em plena Segunda Guerra Mundial. Bastava um: "querido, deu mole. Você não sabe o que perdeu".
O furão não iria dormir direito por semanas!
.
Nº 4: Terceiro mole que uma mulher não pode dar – Não tem essa de pretendente a amigo colorido ser carinhoso, sempre te ouvir, dar conselhos... Isso aí está mais para ser o seu pai, o seu padre ou o seu terapeuta. E que história é essa de "amigão"? Tem que separar as paradas: amigo é amigo, homem com pegada é homem com pegada.

Nº 5: NUNCA ligue cobrando. Se o cara marcou às 18h, ele sabe disso. Então dê um limite de atraso; tipo 30 minutos. Se ele não aparecer e nem ligar nesse tempo, já era! Assuma o bolo.

Nº 6: Tenha sempre um plano B. Deixe pré-marcado um jantarzinho com uma amiga, se informe sobre alguma festa ou show, algo do tipo. Se passar aqueles 30 minutos de espera, vá para esse outro lugar. Se o cara ligar depois de 1 hora você irá atendê-lo lá no meio do barulho (vc pode até não estar em nenhum lugar, mas vá para o meio da rua, rs) e falar "ah, poxa, vc não ligou antes, eu achei que tinha furado, aí resolvi sair com uns amigos", e JAMAIS fale para ele ir te encontrar. No máximo sugira que ele ligue no dia seguinte para vocês marcarem outro dia. Dê um boa noite bem meigo, e fim.Sempre dá certo porque você vai fazer algo divertido e no fim da noite mal vai se lembrar daquele palhaço.

No mais, fique tranqüila. Essas cacetadas só te fortalecem!

10 de fevereiro de 2009

Canalha x Cafajeste

Muitas mulheres confundem um homem canalha com um homem cafajeste . Por isso resolvi colocar uma lista de diferenças entre os dois seres:

1-) O canalha transa com uma garota e sai contando pra todos os seus amigos pra tirar vantagem e descarta ela da sua lista. O cafajeste transa, conta só pra seus amigos mais chegados, mas mantém contato com a garota. Afinal ele pode precisar dos seus favores quando tiver na seca.
.
2-) O canalha sai beijando todas que ve pela frente na balada. É muito legal ficar disputando com os amigos quem beija mais (afinal seu cérebro parou de se desenvolver aos 14 anos de idade). O cafajeste escolhe uma só, a mais interessante. Fica com ela a noite toda, troca até contatos, por que se não sair do lugar pra transar com ela, vai transar num outro dia.

3-) O canalha não sabe tratar bem uma mulher. É grosso, mal-educado, destrata pessoas humildes ou empregados como prova de superioridade. O cafajeste sabe quando e que intensidade agradar. Compra chocolate, bichinhos-bonitinhos-de-pelúcia e leva a restaurantes finos, com o único objetivo de fazer a mulher se sentir valorizada e assim alcançar seu objetivo, sexo.

4-) O canalha é burro. Seu senso crítico limita-se a análise do gol mais bonito da semana ou de qual a mais gostosa do Big Brother. O cafajeste sabe se virar em qualquer assunto, se é necessário discutir sobre a moda da estação na frente de mulheres ele vira um estilista, se a garota é fã de Chopin ele se torna um frequentador de concertos, etc.

5-) O canalha adora aparecer. Estufa o peito na frente das mulheres, faz piadas prontas, é o amigão de todo mundo e só sabe contar vantagem. O cafajeste não precisa de auto-promoção, o boca a boca é feito pelas próprias pessoas que estão ao seu redor. Ele se adapta ao ambiente mudando sua personalidade de acordo com a ocasião. Ou seja, um é pavão o outro camaleão.

6-) O canalha mente. O cafajeste omite.
.
7-) O canalha não sabe elogiar (ou xavecar, como se diz em sampa). Quando o faz é tão ruim que se torna uma cantada de pião, “uau, que gata!”, “que delicia”, “o la em casa”. O cafajeste sabe elogiar os pontos-chaves da mulher, “nossa, lindo o seu cabelo”, “que sorriso”, “você emagreceu?”.

8 -) O canalha não sabe cuidar de mais de uma mulher. Acaba confundindo nomes, esquece de ligar pra uma, dá mais atenção pra outra, deixa pistas, etc. O cafajeste sabe tratar todas por igual, quando não está afim de sair com uma ele liga ou manda um sms “bonitinho” pra não perder contato. E mesmo que a mulher saiba que ele é um cafajeste, ele a faz crer que é especial e que pode rolar algo sério.

9-) O canalha deixa pista. Seu scrapbook é lotado de recadinhos de mulheres, no subtitle do seu msn ele cita nomes de mulheres, seu celular está cheio de mensagens comprometedoras e sua mãe sempre entrega o jogo (”o x saiu com uma amiga”). O cafajeste apaga todas as pistas, seu scrapbook é apagado diariamente, o msn tem nicks abrangentes que podem ser adaptados pra qualquer uma (”Que saudades de você”), o celular nunca tem mensagens, e sua mãe é grande aliada pois ele sempre diz pra ela que foi na casa de um amigo.

10-) Canalha é substantivo, cafajeste adjetivo.
.
"A Felicidade só é real quando é compartilhada."
(Christofer Mccandles)