20 de novembro de 2009

Carta para o Papai Noel



Querido Papai Noel,


Há quanto tempo não nos falamos! Muitos anos já se foram desde a última vez em que eu escrevi cartinha para o senhor. Muitas primaveras se passaram desde que eu deixei de ser criança, e que precisava me comportar durante o ano para poder ganhar o presente solicitado. O mundo muito evoluiu, muitas coisas boas aconteceram, e muitas coisas ruins também. E o senhor? Continua entregando presentes com o seu bom e velho trenó, puxado pelas renas?? Ou já comprou um jatinho? Continua recebendo as cartas escritas à mão, ou já tem endereço eletrônico? Nossa, será que o senhor não vai receber essa minha carta???? Depois de mais de duas décadas me pego escrevendo uma carta de próprio punho, e agora nem sei se ela vai chegar ao seu destino...


Não sei se é porque eu cresci, e vejo o mundo diferente, mas sinto que hoje em dia menos crianças acreditam que irão receber os presentes que você entrega. Deve ser porque no mundo de hoje tudo é muito moderno, mas a essência foi se perdendo. Na minha época tudo tinha mais sentido, havia mais ingenuidade, mais simplicidade, mais amor. As crianças daquela época confundiam a realidade com a fantasia, e acreditavam que na noite de Natal receberiam todos os presentes que tinham lhe pedido. E era muito bom ver o nosso desejo ser atendido!


Mas um dia a gente cresce e aprende que nem sempre se recebe tudo que se espera, e que quem muito quer nada ganha.
Independente disso, eu jamais te esqueci e nunca deixei de acreditar no senhor, ou no que a sua figura representa. De uma forma ou de outra, é a ilusão que nos move. Sem ilusões, sem acreditar em algo melhor, algo bom, a gente não tem motivos para caminhar. É como tentar alcançar o horizonte. O senhor já tentou alcançar o horizonte? Se já, percebeu que a gente nunca consegue. Andamos um passo, e o horizonte se afasta um passo de nós. Andamos dez passos, e ele se afasta dez passos também. Depois de certo tempo eu entendi que é para isso que o horizonte serve: para nos fazer caminhar...


As ilusões e a ingenuidade da época de criança nos tornam pessoas melhores, mais certas de que a vida vale à pena. Durante anos da minha vida o senhor me trouxe muita felicidade, e aquela experiência de vivenciar momentos natalinos “ao seu lado” faz hoje com que eu acredite que é imprescindível transmitir valores como esses ao meu sobrinho e às outras crianças. E eu sinto que isso pode fazer de mim, e delas, pessoas mais felizes.


Já passei da idade de pedir bicicleta – lembra, Papai Noel: “não esqueça a minha Caloi!” – vídeo game, computador, bola ou boneca. Fico reparando nos programas de TV e nos filmes, em como tudo sempre acaba com um final feliz. É tudo sempre muito alegre e muito perfeito em seus finais. Então eu fiquei pensando se o senhor poderia me dar um milagre: um final feliz para todos os meus momentos. Eu estaria pedindo muito ou sendo egoísta? Poxa, eu me comportei bem durante o ano inteirinho!!!! Ok, Papai Noel, ok... Eu entendo que seria pedir demais. Então eu peço que o senhor continue a entregar presentes por todo o mundo, às crianças, a quem tem coração de criança e, sobretudo, aos duros de coração! Junto com os presentes, entregue um pouco do espírito de solidariedade, uma pitada de esperança, e entregue principalmente a fé, para que as pessoas vivam plenamente o verdadeiro sentido do Natal, simbolizado pelo menino Jesus, Nossa Senhora e São José, Belém e a estrebaria, a estrela, os anjos, os pastores e os Reis Magos. Entregue, enfim, a consciência do verdadeiro sentido do Natal: celebrar Jesus Cristo, que veio a esse mundo para nos salvar e nos redimir. Claro, para quem acredita, aceita e concorda. De toda forma, entregando todas essas coisas, o senhor vai acabar por me proporcionar o final feliz que pedi algumas linhas aí em cima...


Um beijo nessa sua barba branca, Papai Noel!
Obrigada, e até ano que vem!!


Juliana.

P.S.: Ia te pedir mais uma coisinha... um namorado, mas desisti! Ia te dar muito trabalho, tadinho!!! Deixa que isso eu resolvo sozinha, tá? Só vou pedir uma ajudinha ao outro Papai... o do Céu! Rs...

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10 comentários:

Jhonny disse...

Nossa Ju...

Que carta emocionante!
Bons tempo aqueles em que acreditávamos mesmo no bom velhinho.
E como você disse, o mundo evoluiu e perdeu a escência... pior para as crianças de hoje.

Bjus!!!

Anônimo disse...

Ju!!!!
Que coisa mais linda! A-M-E-I!!!

E quanto ao pedido do namorado...calma que ele está a caminho! Pode ter certeza! Simplesmente porque você merece!

Carol

Giovana disse...

Ju, lindo mesmo seu texto!
Suas palavras conseguem nos emocionar e tocar no fundo do coração!
Realmente, os natais de hoje já não são tão "sinceros" como os antigos... Antes, tínhamos mais sentimentos reais e com ar de Natal... hoje são tão superficiais... Pena que o meu "pequeno" não viveu sua infância na nossa época de criança! Agora depende de nós fazermos com que ele tenha boas lembranças do seu natal de criança, quando crescer e olhar pra trás!
Beijos, Giovana.

Anônimo disse...

Oi minha querida Jú!
Que linda a carta que vc escreveu para o Papai Noel!
Tenho certeza que dentre tantas que ele irá receber,
a sua será atendida, ele se emocionará assim como eu
me emocionei, e vc será a criatura mais feliz neste Natal.
Parabéns pela bela carta.
Beijos da madrinha,
Élida.

Anônimo disse...

Cara Ju, realmente o Natal passado tinha muito mais essencia ou sentido do que o natal de hoje em dia, mas não podemos perder a esperança, isso vai mudar, porque nós temos que mudar. Li o seu blog, está lindo, mas acho que vc deveria expressar mais a sua opinião. Até a próxima, FELIZ NATAL. Qto ao namorado acho que já está a caminho aguarde. Abraço

Amaury disse...

Jú, que veia poética, que coisa mais linda! Não conhecia esse seu lado! Parabéns!!!
Quanto ao namorado, eu... ah, esquece! Deixa prá lá!
Beijos!
Amaury.

Surfista disse...

Se Papai Noel atendesse a todo pedido por um namorado (ou namorada), o Bom Velhinho não teria espaço no trenó. Ele precisaria de um porta-aviões.

Ah, eu costumo lhe visitar. O lance é que escrevo pouco.

Roberta Orkut disse...

Nossa, que texto lindo!!! (prá variar né!!! rsrs)

Parabens, seu blog é show!!! :)

Beijos e um Feliz Natal!

Élton disse...

Ju, apesar dos tempos mudarem, cada vez mais rápido,
sua cartinha ficou linda e nos trouxe recordações de um tempo gostoso, quando colocávamos meias ou sapatos na janela... e o papai noel neles colocava os presentes.
Tomara que papai noel (ou do céu) não espere o próximo natal para atender seu desejo.
Bjs, Élton

Unknown disse...

Lindooo texto. Que a modernidade e a correria dos dias atuais não permitam que as pessoas percam o verdadeiro sentido da vida que é amar e ser amado. Há adorei a "não se esqueça da minha Caloi". Ô tempo mágico. Beijos.

ALEXANDRE CLÁUDIO DE SOUZA

"A Felicidade só é real quando é compartilhada."
(Christofer Mccandles)