13 de agosto de 2010

Sexta-feira 13


O dia hoje é tido como o dia do azar.
Há quem acredite. Há quem não acredite. Mas de maneira geral a sexta-feira treze aflora a superstição na maioria das pessoas. Dá azar ver um gato preto ou passar debaixo da escada.
A crendice do gato preto surgiu na Inglaterra, no século 16, quando um repentino aumento da população de gatos desencadeou uma perseguição aos animais. Numa noite de 1560, um gato preto foi ferido a pedradas. Encurralado, refugiou-se na casa de uma velhinha, que por sinal costumava dar abrigo a gatos de rua. No dia seguinte, a velhinha apareceu toda machucada, o que fez a população achar que ela era uma bruxa e o gato, um disfarce noturno. O episódio bastou para condenar os gatos pretos. A matança se espalhou pela Europa e só diminuiu a partir de 1630, quando o rei Luís 13 proibiu a prática.

Segundo Ademar Nóbrega, a escada é a imagem da subida, da elevação, do acesso social, econômico e financeiro. Passar por debaixo de quem se eleva é simbolicamente renunciar, afastar-se de quem sobe, de quem progride e vence.

Uma das hipóteses para o surgimento da sexta-feira 13 como sinônimo de azar é a extinção da ordem dos templários, que se deu em 13 de Outubro de 1307 e era uma sexta-feira. A ordem dos cavaleiros templários tinha tanto poder que o próprio rei de França, Filipe IV e o papa tinham medo deles. Então ambos decidiram encarcerar todos os templários, torturá-los, obter confissões de heresia e por fim matá-los, alguns vivos na fogueira. Isso marcou o imaginário da população na época devido à extrema violência utilizada, e esse dia acabou por ser passado às gerações seguintes como exemplo de um dia azarento, e perdurou no tempo.

Eu particularmente não acredito em nada disso e acho tudo uma grande bobagem. Eu acredito é que o pensamento e as palavras têm força, e então, se as pessoas pensam tanto que aquilo vai trazer má sorte – é possível existir uma sorte má? – acaba trazendo mesmo. São apenas crendices, desvios de sentimentos que normalmente são provocados por gente que quer se aproveitar de uma situação para fazer outras pessoas adotarem determinado tipo de comportamento. Por exemplo: o caso dos espelhos na Idade Média. Naquela época os espelhos eram peças muito caras, e os nobres advertiam os seus serviçais sobre terem extremo cuidado na limpeza dos mesmos, fazendo-os acreditar que quem tivesse a infelicidade de quebrar um deles estaria fadado a viver sete anos de mau agouro. Daí surgiu a crença no azar por sete anos para quem quebra um espelho.

Quem acredita nessas crendices populares não deve nem sair de casa hoje. Além de ser uma sexta-feira treze, ainda estamos no mês de agosto. Você já ouviu aquela famosa frase: “agosto, mês do desgosto?” Pois então. Além da sexta 13, o mês não é dos melhores quando se fala em sorte, de acordo com mais uma crendice popular. Há algumas décadas, as mulheres portuguesas não se casavam nunca no mês de agosto, época em que os navios das expedições zarpavam à procura de novas terras. Casar em agosto significava ficar só, sem lua-de-mel e, às vezes, até mesmo viúva. Os colonizadores portugueses trouxeram esta crença para o Brasil. Apesar de muita gente se dizer incrédula nos azares próprios do mês de agosto, muitas pessoas não se casam, não se mudam, não viajam e não fazem negócios em agosto. A verdade é que as pessoas - acreditando ou não - preferem não brincar com o mágico, com as coisas do sobrenatural. Nos Estados Unidos, o medo infundado em relação ao 13 é tão forte, que alguns edifícios deixam de usar esse número na seqüência de seus andares, saltando do 12º para o 14º e, pasmem, existem até pessoas que não trabalham quando o dia cai numa sexta-feira.

Crendices à parte, eu não vejo nada demais no número 13. Pelo contrário! Para mim, junto com o 7, é um dos meus números favoritos. Mas quem sou eu para convencer as pessoas disso! As superstições têm vida longa e controvertida desde a antigüidade e permanecem cada vez mais fortes através dos tempos.





            Universia
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(Christofer Mccandles)