30 de junho de 2009

michael jackSÓn

Michael Jackson - You are not alone

Existem pessoas que caminham sozinhas, em determinado momento da vida;
Existem pessoas que são sempre sozinhas.
Estar só é até necessário, às vezes.
Mas ser só deve ser como não ver o sol banhando o mar em um dia de férias na praia,
como flores não nascerem na primavera,
como não ganhar beijo no dia dos namorados,
como plantar a semente e não vê-la germinar,
como esperar agrados e receber desprezo,
como sonhar com algo e não saber como alcançá-lo,
como vislumbrar a felicidade mas não conseguir encontrá-la.

Michael Jackson teve tudo para ser feliz, e não foi.
Quis ser outro, ter outro rosto, passou a clarear a pele, alisar os cabelos, afinar o nariz e assumir seu papel de metamorfose ambulante. Parecia querer dizer que ele podia ser o que quisesse. Provar algo para alguém? Para o pai, quem sabe, que sempre exigiu muito do menino Michael, sempre bateu, e apesar do sucesso e talento do filho, sempre o desprezou, dizendo que ele era feio. Palavras, essas, da irmã Latoya Jackson.

Michael Jackson, segundo psicólogos americanos, queria parecer diferente para voltar à infância infeliz e resgatar a criança que começou a morrer quando teve de integrar o conjunto musical de seus irmãos, Jackson Five. Essa regressão explicaria, em parte, sua suposta pedofilia e as inúmeras operações plásticas a que se submeteu para ser eternamente uma simulação de Peter Pan, o garoto que se recusou a crescer e acabou sozinho, vendo todos virarem adultos em sua Terra do Nunca. Ele não poderia ser um Peter Pan negro numa sociedade de Capitães Ganchos brancos. Suas biografias dizem que o pai era um tirano, que batia nas crianças e abusava dos filhos, obrigados a seguir a rígida conduta das Testemunhas de Jeová. Com uma infância dessas, não é difícil entender as razões que levaram Jackson a revelar a Oprah Winfrey sua vontade de vomitar todas as vezes que o via. Menos ainda que desejasse apagar os traços dessa infância indesejável e construir uma outra biografia, um outro ser, uma nova vida. Mesmo que fosse fictícia como a de Peter Pan.

Michael morreu em pedaços, irreconhecível até para ele mesmo. Esse freak que trocou o rosto de um menino negro pela máscara de um andrógino sem cor definida, sofria, segundo um analista, da nostalgia de algo desconhecido que não teve a oportunidade de experimentar na infância. Michael fez fama, fortuna, mudou a história da música, mas deixou a impressão de que, sempre foi, e morreu sozinho.

Fonte: Estadão

18 de junho de 2009

Alecrim Dourado

Ontem eu cheguei em casa e meu sobrinho, que tem 4 anos e meio, veio cantar para mim a música que tinha aprendido na escola:

Alecrim, alecrim dourado
que nasceu no campo
sem ser semeado.
“Alecrim, alecrim dourado
que nasceu no campo
sem ser semeado.
Foi meu amor,
que me disse assim,
que a flor do campo
é o alecrim
.”

Muito fofo!!!
Aí eu cantei com ele e ele perguntou: “como é que você sabe essa música, Juju?” E eu expliquei que tinha aprendido na escola também (há pelo menos 3 décadas atrás!). E elogiei-o, dizendo que ele estava cantando lindo demais.
Ele cantou e foi assistir desenho na TV.

Depois de um tempo eu fiquei achando meio estranho ele vir com a novidade da música porque eu tive a sensação de que ele já sabia cantar aquela melodia há algum tempo. Pelas minhas lembranças, o fato de ele cantar a música ontem, como que me mostrando algo novo, não fazia sentido.

Hoje pela manhã eu me lembrei dele cantando, e comecei a cantarolar a música, ficando com um sorriso no rosto e a imagem dele na mente.
De repente eu lembrei o porquê da minha sensação de que o meu sobrinho já havia cantado aquela música para mim. Não é que tinha sido ele. Tinha sido o meu irmão, por volta dos seus 5 ou 6 anos de idade (hoje ele tem 28), na sua época de jardim da infância. Incrível como aquela cena do meu sobrinho me parecia tão familiar, parecia que eu a tinha vivenciado há pouco tempo, e só então eu me dei conta de que cerca de 23 anos separavam aqueles dois momentos tão similares, mas que me pareceram ser o mesmo. Fiquei impressionada com aquele fato! Não parecia de jeito nenhum que tantos anos haviam se passado. Parei meu pensamento, fixei o olhar para o nada, daquele jeito que ficamos quando nem piscamos, e pude buscar nas cenas guardadas na lembrança aquele momento em que eu devia ter uns 13 anos, e que ouvi meu irmãozinho lindo cantando Alecrim Dourado, do jeitinho que o meu sobrinho tinha feito! E novamente eu me vi sorrindo...

Quando meu irmão cantou Alecrim Dourado pela primeira vez para minha irmã, minha avó, minha mãe e para mim, todas nós cantamos junto com ele, pois também tínhamos aprendido a música ainda na nossa infância. Musiquinha antiga, não é? E foi assim agora com meu sobrinho. E com certeza será da mesma maneira com meus filhos, ou os filhos do meu sobrinho. A vida, às vezes, é mesmo uma sucessão de acontecimentos repetitivos. Deve ser para fazer a gente assimilar bem as coisas, os significados, fixar os aprendizados e compreender melhor os valores, o que verdadeiramente importa!

No vídeo abaixo um menininho canta Alecrim Dourado. No Youtube há dezenas de vídeos do mesmo tipo, o que nos leva a concluir que a música é realmente bastante ensinada nas escolinhas!...

12 de junho de 2009

Figurinha Repetida


O primeiro chama no MSN,
conta novidades,
diz que vai pra longe,
e que sente saudade.
Me chama de “amor”,
e me pergunta se lá na outra cidade
Visitá-lo eu vou...

O segundo chama no MSN,
conta novidades,
diz que quer me ver
quando estiver na cidade.
Pois em seus pensamentos,
diante das expectativas frustradas,
O desejo ainda arde...

O terceiro envia e-mails,
há alguns meses já,
também expressando saudade
e vontade de perto estar.
Convida para um passeio
que dessa vez acontece,
e que até me enternece...


E tudo isso no mesmo dia! A vida é realmente repleta de encontros, desencontros e reencontros... Sempre nos surpreende.
Mas será?... Dizem que figurinha repetida não preenche álbum!
.
.
Aproveitando a data: Feliz Dia dos Namorados!... para quem tem um...

10 de junho de 2009

Hay que endurecerse, pero sim perder la ternura!

Impressionante como a gente recebe tantos e-mails e lemos tantas reportagens sobre como manter a forma, a saúde, o equilíbrio do corpo.
Mas convenhamos que às vezes o pessoal exagera. Se eu for levar tudo que leio sobre esse assunto ao pé da letra, posso deitar no caixão e esperar a morte, porque tudo que se come hoje em dia faz mal, e se você não faz peeling de cristal, massagem, tratamento ortomolecular, academia ou botox, pode desistir: você está fadado a ter uma terceira idade repleta de rugas, dores nas juntas e desânimo. Será?

Acho engraçado quando vejo o excesso de cultura ao físico e até à saúde. Tudo em exagero vira pecado. Já li que leite demais faz mal, e que até água demais não faz bem para o organismo. Café não pode, prefira o chá. Mas com cautela porque chá também tem cafeína, ainda que em menor proporção. Tome então sucos, mas com adoçantes. Adoçantes à base de stevia ou aspartame? Dizem os entendidos que o aspartame é de longe a susbstância mais danosa em comércio que vem adicionada em muitos alimentos, uma vêz que é obtido artificialmente em laboratório. Já a stevia é obtida de um pequeno arbusto, de origem paraguaia (no bom sentido), que tem extraordinária capacidade adoçante. Qual a verdade? Segundo médicos da medicina ortomolecular nenhum adoçante é recomendado. Na dúvida, prefira o açúcar. Mas o cristal; o refinado é um veneno para a sua saúde! Sua última escolha? Use açúcar mascavo! Pronto! Você conseguiu adoçar seu suco sem causar maiores danos ao seu “corpitcho”. Assim você espera, não é mesmo?

Sabe-se também que carne vermelha não faz bem para a saúde. Nem frango, a não ser que seja frango caipira. Esses frangos que você vê por aí são como pintos crescidos à base de fermento. Não adicionam nada de bom para seu organismo. Um consenso: fique com os peixes. E ensine ao seu estômago que as outras carnes não fazem bem a você. Ele acaba aprendendo.

Antigamente as pessoas não tinham nenhuma dessas descobertas modernas da medicina e da tecnologia. Envelhecia-se muito bem comendo tudo que se tivesse vontade, curtindo cada ruga que pudesse aparecer com a idade. O importante era ser feliz, realizado, ter família e amigos por perto! É claro que não estou aqui dizendo para não cuidarmos da saúde. Mas é preciso que não procuremos problema! Envelhecer é inevitável. Então, envelheçamos felizes, nos cuidando, mas sem neuras. Há que nos cuidarmos, mas sem perder o juízo!

Recebi um e-mail bem bacana – o qual reproduzo abaixo e cuja autoria desconheço - que explora um pouco esse lado da preocupação em excesso com a saúde e a beleza. Espero que curtam a leitura!


Minha ida ao dermatologista


"Visita de rotina aos médicos. Todo ano a mesma peregrinação. Mastologista, ginecologista, oftalmologista, dentista... Mas um dia, resolvi incluir um ISTA novo na minha odisséia...um DERMATOLOGISTA. Já era hora de procurar uns creminhos mágicos para tentar retardar ao máximo as marcas da inevitável entrada nos ENTA. Para ser sincera e nem um pouco modesta, entrei gloriosa nesta fase. Com direito a uma festa memorável, que durou até as 10 horas da manhã do dia seguinte. Festa com música ao vivo, Los Años Dorados, na melhor boate da cidade, todos os amigos, fotografias... tudo maravilhoso. Na verdade, sentia-me espetacular. Tudo certo. Ninguém podia cantar para mim a ridí­cula frase da Calcanhoto: 'nada ficou no lugar...'

Mas não sei o que deu no espelho lá de casa, que resolveu, do dia para a noite, tomar ares de conto de fadas. Aliás, de bruxas. E mostrar coisinhas que nunca haviam aparecido. Ou eu não havia notado? Pontinhos azuis nos tornozelos, pintinhas negras no colo, nos braços, bolinhas vermelhas na bunda... olheiras mais profundas. Como assim??? Assim... sem avisar nem nada? De repente, o idiota resolveu mostrar e pronto. Ah, não! Isso não vai ficar assim. ISTA novo na lista do convênio. O melhor. Queria o melhor especialista de todos os ISTAS! Achei. Marquei. E fui tão nervosa quanto para um encontro 'bem intencionado' daqueles em que a gente escolhe a roupa íntima com cuidado, que é para não fazer feio, nem parecer que foi uma escolha proposital... Sabe como é, né?

Pois sim. O sujeito era um dermatologista famoso. Via e futucava a pele de toda a nata feminina e masculina da cidade. Assim, me armei de humildade. Disposta a mostrar cada defeitinho novo que estava me observando através do maquiavélico e ex-amigo espelho do meu quarto. Depois de fazer uma ficha com meus dados, o 'doutor' me olhou, finalmente nos olhos, e perguntou: 'O que lhe trouxe aqui?' Fiquei vermelha como um tomate. E muda. Ele sorriu e esperou. Quase de olhos fechados, desfiei minhas queixas. Ele observou 'in loco' cada uma delas, com uma luz de 200wtz e uma lupa, e começou o seu diagnóstico.

- As pintinhas são sinais de sol, por todo o sol que você já tomou na vida. Com a idade (tóiin!) elas vão aparecendo, cada vez mais numerosas. Vai precisar de um protetor solar para sair de casa pela manhã, mesmo sem ir à praia. Mesmo para dirigir. Braços, pernas, rosto e pescoço. E praia, evite. Só de 6 às 10 da manhã, sob proteção máxima, guarda sol, óculos e chapéu. Bronzear-se, nunca mais.

- Ahammm... (a turma só chega na praia às 11:00!!!!)

- Os pontinhos azuis são pequenos vasos que não suportam a pressão do corpo sobre os saltos altos. Evite-os! Sapatos só com salto anabela ou baixos de preferência. Compre uma meia elástica, Kendall, para quando tiver que usar os saltos altos.

- Ahammm... (Kendall??? e as minhas preciosas sandalinhas???)

- As bolinhas na bunda são normais, por causa do calor. Para evitá-las use mais saias que calças. Evite o jeans e as calcinhas de lycra. As de algodão puro são as melhores e as mais folgadas.

- Ahammmm... (e pude 'ver' as da minha mãe, enormes, na cintura, de florzinhas cor de rosa... vou chorar!)

- As olheiras são de família. Não há muito o que fazer. Use esse creminho à noite, antes de dormir e procure não dormir tarde. Alimentação leve, com muita fruta e verdura, pouca carne e muito peixe. Nada de tabaco, nem álcool, nem café.

E a histérica aqui­ começou a rir (em pensamento...). Agradeci, peguei suas receitinhas, e saí­ rindo, rindo... me dobrando de tanto rir! No carro comecei a falar sozinha tudo o que deveria ter dito ao doutor e não disse: ' Trabalho muito doutor... muitas noites vou dormir às 2h, escrevendo e lendo. Bebo e fumo. Tomo café. Saio pelas noites de boemia com os amigos e os violões para as serenatas de lua cheia... e que noites!!!! Adoro os saltos, principalmente nas sandálias fininhas. Impossível a meia elástica (argh!!). Calcinhas de algodão? E folgadas??? Adoro as justinhas e rendadas. E não abandono meu jeans nem sob ameaça de morte!!! É meu melhor amigo!!!!Dormir lambuzada? Neste calor? E minhas duchas frias com sabonete Johnson para ficar fresquinha como um bebê, a cada noite? E nada de praia??? O senhor está louco, é???? Endoideceu, foi??? Moro no Rio de Janeiro, com esse mar, esse sol, e tudo mais... e tenho só 40 anos... meia vida inteira pela frente!!! Doutor Fulustreco, na minha idade não vou viver como se tivesse feito trinta anos em um!!! Até um dia desses tinha 39... e agora em vez de 40 estou fazendo 70??? Inclua aí­ na sua lista de remédios para as de 40 a 70, a MEIA LUZ... Acho que é só disso que eu preciso. Um bom abajour com uma luz de15wts... E um namorado que use óculos... É isso... só isso!!! Entendeu????'

Parei no sinal e olhei de lado... e um garoto de uns 25 anos piscou o olho para mim. Ah... e ele nem usava óculos!

Nunca fiz o que me recomendou o fulustreco ISTA... Minhas olheiras são parte de meu charme. E valem o que faço pelas noites a dentro... ah, se valem! As bolinhas da bunda desapareceram com uma solução caseira de vitamina A, que quase todas as mulheres usavam e eu não sabia, até que contei minha historinha do 'bruxo mau'. Os sinaizinhos estão aqui, sem grandes alardes, e até que já os acho bonitinhos. O espelho é muito menor... o outro, eu dei para a minha sobrinha. E meu namorado diz que estou cada dia mais linda! Principalmente quando estou de saltos e rendas, disposta a encarar uma noite de vinhos e música. É claro que ele usa óculos! Mas quando quero ficar fatal, tiro os seus óculos... e acendo o abajour!"


Não valorize tanto o que dizem os ISTAS; só na medida certa! E seja feliz!

5 de junho de 2009

Fofoletes

Hoje estou nostálgica. Estou mais que o normal, porque naturalmente eu sou, né?
Lembranças saudosistas estão sempre pipocando em meus pensamentos. Despertam em mim uma vontade de ter todas as pessoas de outrora por perto, de vivenciar outra vez os acontecimentos especiais. Saudade? É mais que isso. A nostalgia é saudade triplicada das sensações boas que a gente possa ter vivido e que não se pode mais viver.
Saudade pode ser “matada”: saudade de um amigo, saudade de um lugar, saudade de ter férias. Nostalgia, não. Aliás, já escrevi sobre nostalgia aqui no blog. “Nostalgia é muito mais dolorido que saudade. Ela pressupõe amigos que morrem; pessoas amadas que desaparecem; filhas que crescem e já não são como eram em pequeninas. É a experiência imprescritível da perda.” (Osvaldo Manuel Silvestre).

Essa noite sonhei com algo que está me fazendo passar o dia assim, nostálgica. Sonhei que tinha encontrado uma caixa repleta daquelas bonequinhas que eram sucesso na década de 80, as Fofoletes. Eu adorava as Fofoletes e tive algumas delas. Elas vinham em uma caixinha parecida com caixa de fósforos. Bochechudas, viraram sensação naquela época. Li reportagem dizendo que até hoje são feitas novas coleções, apesar de eu nunca mais ter visto nenhuma em lojas ou nas brincadeiras das meninas de hoje em dia.
E o sonho me fez lembrar de tantas coisas... do Mirabel na hora do lanche, da bala Banda, do pirulito Campeão, da caneta de várias cores que tinham cheirinho de fruta, do relógio que trocava pulseiras coloridas, do chicletes Ping Pong que vinha com figurinhas de raspar com a unha, do batom Boka Loka, do tênis Panda, da mochila da Company, do refrigerante Grapette, do picolé Fura Bolo, do jogo Gênius. Poderia encher páginas e mais páginas com essas lembranças!

Que pena que eu não guardei as minhas Fofoletes! Hoje eu ia adorar tê-las por perto, poder senti-las novamente em minhas mãos, e enfileirá-las na minha cama como eu fazia quando criança, formando uma fila colorida com aquelas pequenas fofinhas... Percebeu o que é nostalgia?
"A Felicidade só é real quando é compartilhada."
(Christofer Mccandles)