
Entre algumas correções, ela disse ao rapaz:
- Bem, até que está bom. Não é que você tem imaginação? Ou seria pura inspiração? Dessas coisas eu não entendo; a criatividade é um mistério. Mas posse lhe dizer que há o uso demasiado de reticências! Tantas assim não são necessárias!
- Se eu não posso usar tanto assim as reticências, como eu poderia explicar tudo por aqui, sobre o que a senhora pediu para eu escrever? As reticências fazem parte da vida, e delas não podemos fugir... eu, a senhora e a Língua Portuguesa!
****************************************
“Outro dia vi você na rua, e pensei em algumas coisas...”
“Ontem arrumei as minhas fotos antigas nos álbuns e lembrei-me dos meus antigos desejos...”
“Vamos marcar uma saída?” Respondi: “Vamos nos manter em contato...”
“Você me perdoa pelo que eu lhe fiz?” E eu: “hoje eu não consigo, amanhã...”
Reticências! Já pararam para pensar em como esses três pontinhos conseguem nos dizer tanto, ou, conseguem criar inúmeras possibilidades de pensamentos?
Adoro reticências! Talvez até eu as use em excesso. Mas muitas vezes eu tenho tanto para dizer, e sinto que elas podem se expressar por mim.
Com certeza as reticências deixam incompletas as frases, dando a entender, no entanto, o sentido do que não se disse, e, às vezes, muito mais...
Elas indicam um pensamento ou ideia que ficou por terminar, e que transmite, por parte de quem exprime o conteúdo, a omissão de algo que podia ter sido escrito, mas que não foi.
Reticências nos remetem à continuidade... da vida, das pessoas e das coisas. Contidamente, continuamos. Esse pode ser um jeito de continuar, eficiente e cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência... Apenas em lançar no ar as possibilidades, sem se comprometer...
****************************************
Um comentário:
Ahhh nunca gostei de usar muito as danadas das reticências sabe? rs... por esse motivo mesmo: deixa o assunto "no ar" e isso não me agrada muito às vezes! rsrs... Beijos!
Postar um comentário