6 de agosto de 2008

Enquanto o amor não vem


Foto: Flickr

O que fazer nesse meio tempo, quando a solidão muitas vezes pode ser tão dolorosa e o tédio, imenso? Em vez de se deixar contaminar pelo desânimo ou pelo desespero que acaba fazendo com que você aceite a companhia de qualquer pessoa, mergulhe na cura interior.

Estabeleça um diálogo consigo mesmo. É fundamental ouvir-se, questionar-se, analisar comportamentos, atitudes e desejos, para encontrar um novo ideal de conduta e de relacionamento. E assim, aprender a buscar a felicidade de um amor duradouro e a descartar aqueles que certamente só lhe trarão sofrimento.

Saber viver o tempo de estar só é a oportunidade para um verdadeiro renascimento. A entressafra amorosa pode ser o momento ideal para a construção de uma vida a dois maravilhosa. Aproveite para mudar os seus padrões de comportamento e fazer uma revisão do que não tem funcionado nos seus relacionamentos.

Para ser feliz no amor é fundamental ter uma boa auto-estima e alimentar o desejo de tornar-se cada vez melhor e de crescer sempre. Acredite ou não, a felicidade amorosa começa justamente quando estamos sozinhos, à espera do amor.

O ponto de partida para o amor bem sucedido é compreender que você é a única pessoa que pode fazer por você aquilo que, provavelmente, vem desejando que o parceiro faça.
Alimente o amor-próprio e saiba dar um tempo para se ouvir, rir, abraçar-se carinhosamente. Um tempo só seu, em silêncio, para que seja possível entrar em contato com os seus sentimentos mais profundos e alimentar o amor pelo ser que você é e que já tem tudo o que precisa para ser feliz.

Uma boa auto-estima significa, também, saber cuidar-se. Estar atento às suas necessidades, potencialidades, desejos verdadeiros. Se não se dedicar a você mesmo, continuará procurando fora aquilo que só encontrará em seu interior.
Alimentar a idéia de ter um parceiro que corresponda à todas as suas expectativas é o caminho mais curto para fazer seus relacionamentos naufragarem.

Páre de se criticar. Em vez de remoer fracassos ou de afogar-se na própria raiva e frustração, aceite os fatos que aconteceram em sua vida e que não podem mais ser refeitos. Procure identificar o padrão de comportamento e as razões que costumam levar ao fim os seus relacionamentos amorosos.
Enquanto não perceber o que é que você está fazendo e que não está funcionando, não adiantará mudar por fora, ganhar dinheiro ou realizar outras mudanças externas.
Limpar o passado significa entrar em contato com a sua verdade, com aquilo que você é, aceitando-se e entrando em um movimento natural de expansão da vida.
Isso quer dizer assumir um compromisso com o crescimento contínuo, a melhoria constante, a superação das próprias dificuldades, o aumento da capacidade de ver o outro. Desenvolver a capacidade de se colocar no lugar do outro, de trocar e compartilhar sem comprometer seus valores fundamentais.

Livre-se de crenças como: “Não posso viver sem o(a) fulano(a), que é meu amor” ou “Deve haver algo errado comigo”, ou ainda “Todo mundo é melhor que eu”, e “Eu não tenho sorte no amor”, e assim por diante.

As experiências dolorosas nos ensinam que é preciso parar, analisar, questionar-se e encontrar a verdade dentro de nós. Sem medo nem vergonha de encarar a realidade de frente. É fundamental afastar o hábito das desculpas e justificativas que não levam a nada e não passam de uma tentativa para racionalizar o que não está funcionando.

Quando não se está feliz afetivamente, é comum acreditar que é preciso encontrar alguém especial para voltar a ser feliz. Isso explica porque tanta gente se atira em relacionamentos, um atrás do outro, como medo de ficar só e na suportar a solidão e o contato com as suas questões.

O melhor a ser feito é aprender com os relacionamentos passados e utilizá-los como espelhos que refletem os seus problemas a serem trabalhados. Ao fazer isso, você encontrará as ferramentas para solucionar os problemas e se dará conta da importância da atitude no seu relacionamento consigo mesmo e com o outro.

Tenha disposição para mudar. Esta disposição acaba com os germens da culpa, da vergonha, do fracasso, da raiva, do medo e do ressentimento. Desejar tornar-se melhor para si mesmo(a) e para os outros é um bom começo. Mantenha a auto vigilância e observe como passa a agir. Se em algum momento desse processo você se sentir desanimado, sente-se, respire fundo e repita para si mesmo: “Esse é apenas o reflexo de algo que estou manifestando agora. Não é o meu ser verdadeiro.”
Faça uma escolha diferente. Mude de idéia. Logo estará mais calmo e em condições de agir de forma positiva.

Quando sentir-se atraído por alguém, cuidado com as táticas desesperadas de conquista. Muitas vezes, quando uma pessoa começa a fazer todo o esforço do mundo para conquistar outra, acaba se afastando da sua própria verdade: diz coisas que não diria normalmente (e até que não acredita), tem atitudes que não teria, e perde o seu eixo, tirar os pés do chão. Em pouco tempo acabará se desrespeitando e iniciando um romance que não terá base de sustentação e acabará desabando.

Cuidado com esse incontrolável desejo de agradar


Com freqüência, de tanto querer agradar e fazer tudo certinho, corre-se o risco de extrapolar. Isso se aplica a diversos aspectos da convivência, como:
* Dar mais atenção ao outro do que o outro gostaria;
* Sair super produzido para um programa simples como um cineminha ou um café;
* Dar um de atleta sexual na primeira vez que fica com aquela pessoa;
* Encher o outro de perguntas, e querer logo saber tudo sobre a outra pessoa. Quem gosta de um detetive no pé?

Controle o desejo de criar intimidade ou de agradar. Caso contrário, você só conseguirá assustar o outro, que irá fugir.
A verdade é que a dedicação exagerada assusta e dificilmente agrada, principalmente aos homens. A melhor atitude é ser o mais autêntico possível em vez de ficar fazendo tipo.
Não tenha vergonha de ser natural, de dizer o que pensa, mostrar como vive, de contar suas preferências, ser você mesmo. É importante ir devagar, saber que tudo leva um tempo para acontecer e não tentar apressar esse ritmo.

Quem quer aprender a ser um bom parceiro amoroso deve, antes de tudo, aprender a ser um bom parceiro para si mesmo. Saber guardar-se, respeitar-se e gostar de si mesmo é fundamental para a conquista da felicidade. Quem consegue ser feliz sozinho é capaz de ser generoso e equilibrado, e demonstra ter condições vitais para conquistar alguém e ser vitorioso no amor.

(Fernanda Dannemann)

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(Christofer Mccandles)