23 de maio de 2012

Fulanos...


Naqueles últimos dois meses ela recebeu algumas mensagens interessantes.
Mensagem do Fulano: “Oi! Meu celular é tal. Me liga para a gente marcar de sair hoje à noite.”
Mensagem do Beltrano: “Linda, vamos sair. Não consigo parar de pensar em você. Na verdade, nunca deixei de te amar!” Putz! Forte essa, heim?!
Mensagem do Cicrano: “Como você está, tudo bem? Não manda mais notícias. O que anda fazendo, tá namorando, já casou, tem viajado, etc.? Ainda sinto saudades de você e queria vê-la. Mas, como é uma garota difícil, achei melhor dar um ‘tempo’, para ver se você sentia saudades. Pelo jeito não sentiu. Novamente quero te convidar para sair...”
Ela: ignorando todos. Não no verdadeiro sentido de ignorar. Até respondeu a cada um, com certo carinho, mas deixando claro que nada aconteceria. Não era do feitio dela deixar os rapazes em “stand by”.
Ela, lendo a mensagem de outro mocinho por quem estava interessada: “Vamos continuar amigos, e o amanhã, quem sabe? Quero, realmente, diminuir nossos encontros. Estou me sentindo pressionado e não gosto disso. Sou muito cauteloso, sei lá. Adoro você, mas vamos com calma.”
Maria, que gosta do João, que gosta da Silvia, que gosta do Pedro, que gosta da Maria... Eternos desencontros.
Dá para entender essa vida? Racionalizando, dá!
Quando estamos sozinhos e nos sentimos solitários, geralmente buscamos por afeto, algo que nos complete, ou seja, buscamos prazer, segurança e conforto. Mas quando nosso coração não está em equilíbrio, perdemos a noção de valor próprio, e o primeiro encontro um pouco mais afetivo confunde tudo. Passamos a projetar nossos desejos na pessoa e ficamos esperando que o outro corresponda às nossas expectativas, fantasias. Ficamos extremamente frustrados quando não acontece e depositamos a culpa no outro. Na verdade, devemos aceitar e gostar, de verdade, do que somos. Assim não temos medo da rejeição e muito menos perdemos tempo com emoções desagradáveis, deixando o caminho livre para pessoas que realmente valem à pena. Quando gostamos da gente, damos liberdade para as pessoas gostarem também. Se não estamos bem com nós mesmos, acabamos atraindo as pessoas erradas. Aliás, corrigindo, não existem pessoas erradas, o que existe, na verdade, é uma grande confusão de emoções. E momentos de vida diferentes. A pessoa carente não busca amor, na verdade ela busca algo parecido com ela mesma. Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande. As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui para satisfazer as delas.
As belas e sábias palavras do Mário Quintana resumem tudo:
“Temos que nos bastar... bastar-nos sempre, e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém. As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida. Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher da sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você. O segredo é não cuidar das borboletas, e sim, cuidar do seu jardim para que elas venham até você. No final das contas, você vai achar, não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!”

Um comentário:

João Paulo disse...

Oi Ju, quanto tempo eu não vinha aqui. Belo texto... gostei :-)
Parabéns!!!
Beijos!!!

"A Felicidade só é real quando é compartilhada."
(Christofer Mccandles)