(Karla Sleumer)
Eu sei que chocolate, além da gordura do cacau, tem outras gorduras, açúcares e muitas calorias. Engorda, não faz bem para o intestino, nem para o coração. Mas, que sensação! Que doçura! Que bálsamo! Parece ser uma mistura divina e que foi criado especialmente para as mulheres. E aí, vem o lado bom, a reação que ele provoca no organismo. Serve para aliviar a tensão pré-menstrual, para dor de cabeça, para acalmar e aconchegar.
Eu sei também que a compulsão é um desvio que não deve ser alimentado, e sim, tratado. Mas, está mais do que provado, que só o calórico sacia o impulso. E o prazer de ter o chocolate em fartura, é ainda maior! Comer tudo de uma só vez, confundir-se com o poder. Quanto maior a quantidade, maior a duração. Ou optar por comer o chocolate devagarzinho, se sujando, se lambuzando, é quase sensual. E deixar um restinho porque ficou ardendo por dentro, doendo de tanto doce. Chegar ao ápice do prazer! Pode ser doentio, mas é humano. E de vez em quando, uma compulsãozinha não faz mal a ninguém. Chocolate é o remédio da alma!
É até difícil acreditar que algo que parece ser tão perfeito como o chocolate, não é perfeito. Por isso que eu escolho o imperfeito. Assumo ter celulite, uma espinha no rosto e as curvas mais arredondadas. Prefiro me sentir humana, simples e real. Quero o charme de uma mulher comum. Amo a liberdade, poder ser eu mesma, com minhas virtudes e minhas fraquezas. Eu me rendo ao chocolate, porque ele ameniza as desilusões e os erros da vida. Afinal, sou humana e sou mulher.
O "vício bom" dos chocólatrasPor DIEGO FREIRE (Boys & Girls)
A falta de anonimato talvez seja uma das principais diferenças entre os “maníacos” por chocolate e outros tipos de dependentes. Ou você acha que alguma outra comunidade de viciados seria tão grande e animada como a “Eu Amo Chocolate”, com seus mais de 3 milhões de membros no Orkut?
Comer chocolate libera serotonina no corpo, o que explica o fato de tanta gente sentir euforia depois de provar um bombonzinho. No entanto, o fator inconsciente não pode ser ignorado para explicar o surgimento do vício. “Quando somos pequenos aprendemos que a sobremesa é um 'prêmio' e que, se nos comportarmos bem, vamos ganhar guloseimas. Isso colabora para formar a sensação de bem-estar que o chocolate traz”, explica a psicóloga Mariângela Savoia, ela mesma, grande fã do doce.
Mariângela concorda que há muitas semelhanças entre a dependência por chocolate e outros vícios mais pesados, mas diz serem raras as pessoas que procuram tratamento, e não as recrimina. “O grande risco do consumo obsessivo de chocolate é mesmo a obesidade. No mais, o alimento faz bem. E inclusive pode ter o mesmo efeito de antidepressivos para certos pacientes”, conta.Estima-se que US$ 60 bilhões sejam movimentados anualmente no mercado de chocolate do mundo todo. É pouco se comparado aos exorbitantes lucros da indústria de cigarros ou de automóveis, mas o negócio certamente está entre os mais rentáveis na economia dos tempos atuais.
Milionários excêntricos do ramo, como o Willy Wonka, de “A Fantástica Fábrica de Chocolates”, não são apenas personagens de ficção. Afinal os clientes dessa gigantesca indústria são praticamente todos os habitantes do planeta – de crianças a idosos, passando pelas mais distintas classes sociais.Tamanha devoção não ocorre à toa. Os prazeres provenientes do chocolate são muito semelhantes aos do uso de uma droga: pesquisas mostraram que deixar uma barra do produto derreter lentamente enquanto se mastiga pode causar batimentos cardíacos até duas vezes mais intensos e duradouros que os causados por um longo beijo na boca (uma das maiores reações de êxtase do corpo humano). Então é melhor beijar na boca e comer chocolate do que partir pra outros tipos de estados alterados do corpo, não é mesmo?
A estudante paulistana Lílian Figueiredo, de 21 anos, é total adepta dessa filosofia. “Não consigo passar um dia sem comer chocolate, me faz tão bem quanto o beijo do meu namorado”, afirma sem desmerecer o namorado (que, afinal, em casos assim, deve se orgulhar de estar no mesmo patamar da guloseima). Lílian, desde muito nova, come religiosamente todo dia uma barra de chocolate após o almoço, e concorda que o efeito está diretamente relacionado ao seu humor. “Eu como e me animo, é automático!”
O mesmo prazer satisfatório é relatado pelo advogado Bruno Lopes, de 26 anos. Porém, ao contrário de Lílian, ele atualmente se deu conta que deve controlar seu vício: “Se hoje sou gordinho, foi por comer tanto chocolate durante a vida toda. É uma pena, porque, exceto pelas calorias, comê-los só me faz bem”. Bruno acredita que não passam de mitos os outros malefícios atribuídos aos hábitos chocólatras, como o nascimento de espinhas (e as pesquisas científicas realmente estão do seu lado: nunca foi comprovado que o consumo de doces esteja relacionado ao acúmulo de acne).
Comprovado mesmo só que o consumo regular de chocolate ajuda a prevenir doenças como a fadiga, o colesterol e alguns tipos de câncer. Na sua composição há proteínas, cálcio, magnésio, ferro, zinco, caroteno, vitaminas E, B1, B2, B3, B6, B12 e C... Só coisas que fazem bem, quando ingeridas com moderação.
Um caso famoso serve para ilustrar bem o que o chocolate significa na vida de um chocólatra. A saltadora Maureen Maggi, uma das esperanças de medalha para o Brasil nas Olimpíadas de Pequim, declarou recentemente que consegue abandonar qualquer coisa, menos o chocolate de sua dieta. Ela é uma chocólatra assumida, daquele tipo que não vai conseguir deixar de comer chocolate nem aqui... Nem na China!
18 de julho de 2008
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"A Felicidade só é real quando é compartilhada."
(Christofer Mccandles)
(Christofer Mccandles)
Um comentário:
Jujubildes, amei seu apelido! E o seu blog está cada vez melhor! Principalmente, agora, com o meu texto! hehehe...
Mas, falando sério, fiquei muito feliz por você ter gostado do meu texto e me prestigiado, publicando-o no seu blog. É maravilhoso quando se consegue esse retorno de alguém.
Obrigada,
Karlinha.
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